Mataram um estudante! Podia ser seu filho!

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Em memória dos 56 anos de imortalidade de Edson Luís de Lima Souto, estudante secundarista assassinado durante a Ditadura Militar (1964-1985).

Amanda Moura | UJR Petrolina


LUTA E HERÓIS DO POVO – No dia 28 de março de 1968, assassinaram o estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto. Nascido em família pobre na cidade de Belém do Pará, o jovem fazia parte do movimento estudantil e cursava o ensino médio no Instituto Cooperativo de Ensino. Assassinado por policiais militares durante a Ditadura Militar (1964-1985) no Rio de Janeiro, o estudante participava de um ato por melhorias no restaurante Calabouço, este que pretendia aumentar o preço da comida. Vários estudantes foram feridos durante a passeata, entre eles, Edson Luís atingido com um tiro em seu peito. 

A morte do estudante secundarista comoveu a todos, com manifestações gigantescas sendo organizadas em todo o Brasil, além de paralisações e filmes em cartazes nos cinemas com os nomes de: bala mata fome?”, os velhos no poder, os jovens no caixão” e mataram um estudante, podia ser seu filho”. Esta série de atos deu início ao retorno da democracia no Brasil, tendo como acontecimento histórico a Passeata dos Cem Mil, o ato ocorrido no centro do Rio de Janeiro contra a violência policial sobre os estudantes, e o ato do dia 21 de junho conhecido como Sexta-feira Sangrenta, o maior enfrentamento de estudantes e policiais já ocorrido, contendo dezenas de feridos, presos e assassinados. Até hoje é incerto o número de mortos, tornando as mobilizações mais intensas também em Brasília, São Paulo e Belo Horizonte naqueles dias que se seguiram. 

Exemplo de luta

Hoje, a memória de Edson luís segue viva na rotina do Movimento Estudantil, relembrando sua luta em cada passagem em sala, cada Grêmio Estudantil, em cada ato por melhoria nas nossas instituições, por isso, fazemos um chamado a todos os estudantes do Brasil para ocupar as ruas no mês de março nas jornadas Edson Luís reivindicando o que é nosso por direito: educação pública, gratuita e de qualidade, mostrando que a luta continua e que sua morte não foi em vão.

“Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça”, como relembra os versos da canção “Menino”, do Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, feita em homenagem ao estudante: 

Quem cala sobre teu corpo

Consente na tua morte

Quem cala morre contigo

Quem grita vive contigo”…

VIVA O MOVIMENTO ESTUDANTIL COMBATIVO!