A noite do dia 24 de fevereiro foi de grande emoção. A militância do Partido Comunista Revolucionário (PCR), com a participação de vários movimentos sociais, realizou um ato político-cultural em homenagem aos 80 anos de Manoel Lisboa de Moura, no espaço que recebe seu nome, o Centro Cultural Manoel Lisboa. Foi uma noite repleta de música e poesia, além da exposição de fotos raras de Manoel e das falas dos presentes, que reafirmaram o compromisso e a ousadia de Manoel ao doar a própria vida em prol da liberdade do país e da construção do socialismo.
Redação PE
Resgate da História
A cerimônia foi conduzida pela companheira Maria das Graças, Gau, como é conhecida, militante histórica do PCR, que enfrentou a ditadura militar. O evento iniciou com a leitura de alguns poemas escritos por Selma Bandeira em homenagem à Manoel Lisboa e ao socialismo. Em seguida, Guita Marli, também militante à época do regime militar, lembrou de como o exemplo de Manoel se fez presente nas lutas para libertar vários companheiros que haviam sido presos, como o companheiro Cajá. Este, falando em nome do Comitê Central do PCR, resgatou a luta internacionalista do partido já naquela época, reforçando que não podemos esquecer que o atual enfrentamento é com o imperialismo em sua face mais cruel, o fascismo. E Manoel enfrentou esse fascismo sem medo, como ele dizia, “o exército burguês pode ser vencido”.
Herói do povo
A morte de Manoel Lisboa, em setembro de 1973, mostra a barbárie daquele regime. Manoel, com apenas 29 anos, foi sequestrado e torturado por cerca de 18 dias na sede do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), no Recife. Depois de morto, ainda teve seu corpo levado para São Paulo para que uma série de mentiras fossem armadas sobre a causa de sua morte. Apesar de toda a mentira e tentativa dissimulada e covarde do regime militar, que espalhou pela imprensa que Manoel havia sido morto em uma troca de tiros, a verdade vem sempre à tona. Hoje, Manoel é lembrado em cada luta da União da Juventude Rebelião (UJR), em cada ocupação feita pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e em cada greve dirigida por um sindicato combativo ligado ao Movimento Luta de Classes (MLC). E os algozes de Manoel? E aqueles que tentaram manchar seu nome? E aqueles que o chamaram de traidor?
Manoel Lisboa vive e, como lembrou o companheiro Cajá, “o nome de Manoel vai ser lembrado pela humanidade por séculos futuros”. Os verdadeiros heróis do povo não morrem jamais, entram para a imortalidade.