Vitória, também conhecida como Lelet, era estudante do curso de História da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e terminava o seu segundo período de graduação aos 19 anos de idade.
Unidade Popular Uberlândia
Quando Vitória voltava da universidade, começou a passar mal e o motorista do ônibus desviou o trajeto para a Unidade de Atendimento Integrado (UAI) mais próxima.
Chegando na Uai Tibery, após pedir socorro, o motorista recebeu a informação de que nada poderia ser feito no momento pois, “por protocolo”, os médicos não poderiam sair da unidade de atendimento e prestar socorro a jovem que estava no ônibus a poucos metros da entrada da UAI.
A negligência com a vida da juventude negra em Uberlândia
Infelizmente, esse não foi o primeiro caso de negligência com a vida da juventude negra em Uberlândia.
No final de Outubro de 2022 o rapper Drew procurou a mesma unidade de atendimento, alegando “muita falta de ar e o corpo cheio de manchas”. Mas não foi acolhido como deveria. Após ser liberado para casa, retornou à unidade horas depois com uma piora nos sintomas e foi atendido pelos médicos novamente. Mas não resistiu.
Em ambos os casos, o tempo de espera das vítimas e um atendimento de qualidade seria crucial para que suas vidas fossem salvas.
A morte desses dois jovens é um reflexo do projeto político de extermínio que o Estado controlado pela burguesia que tem como alvo a população trabalhadora em geral e em particular os jovens, as mulheres, a população negra e a periferia.
A negligência com o sistema de saúde pública é só mais uma das ferramentas utilizadas para que esse massacre aconteça e seja visto como “mais uma inevitável tragédia”.
Familiares e amigos exigem justiça
“Do luto à luta”, “família e movimento estudantil unidos por justiça” essas são algumas das frases levantadas por pessoas próximas de Vitória. Após uma perda tão dolorosa, parentes e amigos unem forças para que justiça seja feita.
Uma das demandas levantadas pelo movimento estudantil e pela comunidade uberlandense é a responsabilização da empresa Sal Da Terra e dos seus proprietários. Esta é uma terceirizada que fornece serviço para a uai Tibery desde setembro de 2023.
“Perdemos nossa amiga por causa dessa máfia de proprietários que é a terceirização da saúde” – alega uma das colegas de vitória, integrante do Movimento Correnteza
Atualmente, o movimento estudantil da UFU e do IFTM (escola que Vitória terminou o ensino médio), se articulam junto com pessoas próximas para que a justiça seja devidamente cobrada. O luto mais uma vez é transformado em luta. A perspectiva é de um calendário intenso de mobilizações para cobrar que haja Justiça para o caso.
Esse é o caso de mais uma jovem negra que não será esquecida por nós! Vitória será lembrada e exigirmos justiça! Por um serviço de saúde público, gratuito, de qualidade e que não negligencie a vida da nossa juventude!