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segunda-feira, 8 de julho de 2024

Estado fascista de Israel confisca terras dos palestinos na Cisjordânia

Israel confiscou mais de mil hectares de terra na Cisjordânia ocupada. O êxodo de moradores de Gaza continua aumentando devido aos bombardeios e crescimento das invasões israelenses.

Jesse Lisboa


INTERNACIONAL – O Estado de Israel autorizou a apropriação de 12,7 km² de terra na Cisjordânia ocupada. A decisão, anunciada em junho, constitui uma grave violação dos direitos do povo palestino e agrava a já volátil situação política e social da região.

Contexto histórico

Desde a guerra árabe-israelense de 1967, Israel ocupou a Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, e a Faixa de Gaza. Desde então, Israel construiu assentamentos na Cisjordânia, o que é considerado contrário ao direito internacional. Atualmente, quase 500 mil israelenses vivem em assentamentos na Cisjordânia, enquanto quase três milhões de palestinos residem na região.

O Vale do Jordão é a maior área de terra apropriada desde os Acordos de Oslo de 1993. Na prática, o povo palestino perde suas casas, plantações e bens materiais com a expropriação em andamento e a negação dos direitos humanos básicos.

Até este ano, a área de terras confiscadas na Cisjordânia chegou a mais de 20 quilômetros quadrados, parte de um plano maior para a apropriação de terras. As Nações Unidas alertaram que a construção intensiva de colônias ilegais desde o início do genocídio em Gaza, em 7 de outubro, torna impossível a perspectiva de um Estado palestino. 

A situação atual

O êxodo de dezenas de milhares de moradores do sul da Faixa de Gaza continua, em meio ao temor de uma grande ofensiva israelense na área, sujeita a bombardeios incessantes. O ditador Benjamin Netanyahu reiterou que o conflito não terminará até que seus objetivos sejam alcançados: “a destruição do Hamas e a libertação de todos os reféns.”

A verdade é que os Estados Unidos são os principais financiadores dessa guerra, lucrando com o conflito e as mortes, pois têm interesse em roubar o gás natural do território palestino. O Hamas está em Gaza, mas na Cisjordânia não há presença do grupo. Então, por que estão invadindo casas, aterrorizando moradores, expulsando-os de suas residências, ocupando essas casas e prendendo pessoas? 

No sul da Faixa de Gaza, dezenas de milhares de pessoas fugiram das áreas do leste de Rafah e de Khan Younis, após a ordem de evacuação de Israel em resposta ao lançamento de foguetes. Segundo a ONU, a ordem afeta cerca de 250 mil pessoas e um terço do território palestino, sendo a “mais importante desde outubro, quando os moradores do norte de Gaza receberam uma ordem para evacuar” nos primeiros dias de conflito.

Desde então, “nove a cada dez habitantes de Gaza foram deslocados ao menos uma vez”, representando 1,9 milhão de pessoas, afirmou Andrea De Domenico, chefe do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha). Além disso, “96% da população de Gaza está em situação de emergência alimentar ou catastrófica”, advertiu.

Pela autodeterminação e reconhecimento do povo palestino.
Pela autodeterminação e reconhecimento do povo palestino. Foto: Donavan Sampaio

Pela autodeterminação dos povos

Como afirmado pelo Jornal A Verdade no editorial publicado na edição nº 282, “o objetivo desse genocídio não é acabar com o Hamas, mas tomar posse das terras palestinas e das suas riquezas para tornarem-se propriedade privada de grandes empresas capitalistas israelenses e estadunidenses.”

A acumulação e concentração do capital gera conflitos entre capitalistas e oprime a classe trabalhadora com desemprego e baixos salários. O avanço do imperialismo resulta no saque das riquezas dos países, visando aumentar os lucros através da redução dos custos com matérias-primas.

Contudo, os países do capitalismo central abrigam os maiores monopólios mundiais e empregam todo o seu poder militar para manter a dominação global a favor desses monopólios. Quando seus interesses estão em jogo, desrespeitam a autodeterminação dos povos e a soberania nacional, como evidenciado por suas intervenções no Iraque, Síria, Afeganistão, e agora, na Palestina.

Somente a classe trabalhadora possui o potencial para conduzir uma luta eficaz contra o imperialismo. Ao lutar por seus próprios interesses, a classe trabalhadora é naturalmente levada a confrontar o imperialismo.

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