Em importante passo na luta por memória, verdade e justiça no Rio Grande do Sul, a UFRGS criou na última terça-feira (10/12) a Comissão da Verdade “Enrique Serra Padrós”. O trabalho da Comissão envolverá levantar e tornar públicos os registros das violações de direitos humanos cometidas pela ditadura militar fascista na universidade
Redação RS
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) oficializou nesta terça-feira (10/12) a
instauração da Comissão da Verdade “Enrique Serra Padrós”, que tem por objetivo levantar e disponibilizar os registros das violações dos direitos humanos ocorridas na UFRGS durante a ditadura militar fascista de 1964 a 1985. O nome do órgão homenageia um dos professores da instituição que mais lutou pela sua criação, falecido em 2021.
Desde o golpe militar em abril de 1964, a UFRGS foi marcada por perseguições e “expurgos”, assim chamados pelos próprios militares, que deram cabo da demissão ou afastamento de um total de 37 professores considerados subversivos ou opositores ao regime, em 1964 e 1969.
Não somente os docentes foram perseguidos. Estudantes que participavam do Movimento Estudantil e da União Nacional dos Estudantes (UNE) e técnicos-administrativos envolvidos com a luta sindical em defesa dos direitos dos trabalhadores também foram alvo das ações repressivas da ditadura militar fascista.
A solenidade contou com a presença de diversas entidades e movimentos sociais, como o Movimento Correnteza, a União da Juventude Rebelião (UJR) e o Movimento Luta de Classes (MLC), que denunciaram, através de palavras de ordem, a necessidade da punição dos golpistas de ontem e de hoje como medida para avançar na luta por memória, verdade e justiça.
Ao longo dos próximos dois anos, a comissão irá reunir, organizar e divulgar registros relativos a estas violações de direitos humanos durante o período da ditadura militar, com a publicação de um relatório final de suas atividades previsto para dezembro de 2026.