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sexta-feira, 31 de outubro de 2025

30 Anos de Fundação da Biblioteca dos Trabalhadores Amaro Luiz de Carvalho do Centro Cultural Manoel Lisboa em Recife

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Fundada em 1995, com apoio de colaboradores, militantes e ativistas da cultura, o espaço de formação e divulgação da cultura completa 30 anos em atividade e promovendo a leitura e o socialismo como alternativa para transformar a sociedade. 

Alberes Simão – Petrolina (PE)


 

CULTURA- Neste mês de outubro, a Biblioteca dos Trabalhadores Amaro Luiz de Carvalho (ALC), do Centro Cultural Manoel Lisboa do Recife, completa 30 anos de existência, reafirmando seu compromisso com a educação popular, a cultura crítica e a organização da classe trabalhadora. Fundada em 1995, a biblioteca nasceu do esforço coletivo de militantes, estudantes e trabalhadores comprometidos com a construção de um espaço de conhecimento voltado ao povo pernambucano.

Durante três décadas, a Biblioteca Amaro Luiz de Carvalho consolidou-se como um importante ponto de resistência cultural e política na capital pernambucana.  Oferecendo acesso gratuito à livros, jornais, panfletos, documentos históricos e produções marxistas que dificilmente encontram espaço nas grandes instituições ou nas prateleiras comerciais, além de organizar diversos eventos ao longo dessas últimas três décadas. O acervo, composto por centenas de obras sobre história, economia, filosofia, política e literatura, foi formado graças a doações solidárias e ao trabalho voluntário de bibliotecários e educadores populares.

 

Resgate da cultura e difusão do livro

Atuando na difusão e divulgação do marxismo-leninismo, as Edições Manoel Lisboa tem publicado diversos livros clássicos como Às portas de Moscou, A história do Partido Bolchevique ou a biografia de Lênin, todos encontrados esgotados ou publicados há mais de trinta anos. Ao mesmo tempo livros atuais como As ideias Políticas na História: das cavernas às redes sociais, do professor e militante da Unidade Popular Natanael Sarmento, lançado em 2024, tem sido acolhidos pela sociedade como referências para estudo e formação de opinião.

O Centro Cultural também dispõe de um amplo acervo fotográfico e bibliográfico, sendo a única biblioteca pública do Norte/Nordeste a contar com a coleção das obras completas de Lênin, além de textos raros de José Martí, Fidel Castro, Che Guevara, Marx, Engels, Stálin, Ho Chi Minh, Dimitrov, Carlos Marighella, Carlos Mariátegui, entre outros, acervo esse que contribuiu como suporte para trabalhos acadêmicos, artigos científicos, pesquisas para TCCs e etc.

 

Quem é o patrono da biblioteca do CCML?

Amaro Luiz de Carvalho foi um trabalhador rural que se formou na luta. Nascido em Joaquim Nabuco, em 4 de junho de 1931, Capivara ou Palmeira, como era conhecido, foi um grande leitor, tendo aprendido a ler e escrever com muito esforço, além de ter aprendido sozinho inglês e espanhol, para ajudar na militância internacional contra a ditadura militar (1964-1985). Foi dele a autoria de “As quatro contradições da Zona Canavieira de Pernambuco” (Editorial a Luta, 1967), prova de que a cultura pode ser uma ferramenta de transformação.  Como forma de homenagear seu legado e exemplo, a biblioteca do nosso Centro Cultural foi homenageada com o nome desse lutador, assassinado covardemente pelo regime militar em 1971.

A celebração dos 30 anos da Biblioteca Amaro Luiz de Carvalho (ALC) é também um ato de reafirmação da luta pelo direito à educação crítica e transformadora, especialmente em tempos de avanço da desinformação e da mercantilização do saber. Em um país onde o acesso à cultura ainda é um privilégio, a existência de uma biblioteca popular, autônoma e voltada à classe trabalhadora, é um gesto profundamente revolucionário, especialmente na capital pernambucana, que só tem apenas 5 bibliotecas públicas.

 

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