Cerca de mil familias de nove ocupações urbanas de Belo Horizonte e região metropolitana (Eliana Silva, Dandara, Nelson Mandela, Esperança, Rosa Leão,Vitoria, Jardim Getsêmani, Cafezal e Guarani Kaiowa), organizadas pelos movimentos MLB (Movimento De Luta Nos Bairros,Vilas e Favelas), Brigadas Populares, CPT (Comissão Pastoral da Terra) e COPAC (Comitê dos Atingidos Pela Copa), realizaram ocupações no último 2 de julho em três pontos diferentes da cidade de Belo Horizonte. Por volta de 9hs30 um grupo de cerca de duzentas pessoas entraram no prédio da Advocacia Geral do Estado (AGE) e outras cem permaneceram acampadas do lado de fora. Outro ponto ocupado foi a Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (URBEL), quase ao mesmo tempo em que 250 pessoas ocuparam a sala do presidente Genedempsey Bicalho, onde centenas de apoiadores e moradores das ocupações permaneceram acampados durante todo o tempo que o prédio esteve ocupado. Outras centenas de famílias que não paravam de chegar foram se organizando e também ocuparam a frente da prefeitura de Belo Horizonte.
A pauta era única: fim dos despejos e urbanização imediata, o que na prática significa ligação de água, luz, esgoto, calçamento e título de posse.
Depois 48 horas sem se alimentar, pois a entrada de comida foi barrada pela policia militar, o governo do estado de Minas Gerais marcou uma reunião para o dia 17 de julho na Cidade Administrativa, o que assegura também não ocorreu nenhum despejo até essa data, o que deu fim à ocupação da AGE. As famílias saíram em marcha em direção a outros dois locais para se solidarizar com os demais ocupantes.
A prefeitura de Belo Horizonte, mais uma vez, se mostrou intransigente para garantir a reunião com o presidente da URBEL, a qual durou mais de 8 horas. Para isso foi preciso uma ordem judicial expedida pelo juiz da 1ª Vara da Fazenda Municipal, Magid Abraão, onde também foi ordenada a entrada de comida.
Este mesmo juiz também lavrou em ata uma reunião marcada para o dia 10 de julho, com a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (SUDECAP), Secretaria Municipal Adjunta de Planejamento Urbano (SMAPU) e a Secretaria Municipal Adjunta de Regulação Urbana (SMARU), como condição para a saída das famílias da URBEL.
Na porta da prefeitura de Belo Horizonte foi realizada ainda uma homenagem as vitimas da queda do viaduto que desmoronou na cidade.
Poliana Souza, MLB-MG