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sábado, 27 de julho de 2024

Após morte de Ágatha, governador do RJ reafirma sua política genocida

Sem nenhum remorso ou reavaliação de sua política, o Governador Wilson Witzel (PSC) continua decretando e fazendo coro de sua própria política genocida, que vem levando, quase que diariamente, a vida da população jovem e trabalhadora carioca.

Giovanna Almeida


Foto: Carl de Souza/AFP

RIO DE JANEIRO – Em decreto publicado no Diário Oficial desta terça-feira (24), o Governador Wilson Witzel (PSC) modificou as regras para concessão de gratificação a policiais por redução de indicadores de criminalidade no Rio de Janeiro, retirando a redução de mortes cometidas por policiais como um dos indicadores do Sistema Integrado de Metas.

Criado em 2009, o Sistema previa a redução de quatro crimes de letalidade violenta: homicídio doloso, roubo seguido de morte, lesão corporal seguida de morte e morte decorrente de intervenção policial. Este último, retirado agora por Witzel.

O Rio de Janeiro alcançou a menor marca de homicídios e letalidade policiais em 2012, com auxílio do Sistema, que oferecia recompensas pagas a policiais militares do estado que reduzissem número de mortes nas ações. Agora, mais ainda, policiais não serão incentivados a diminuírem sua letalidade, pois, com a mudança no texto, não existe mais a necessidade de redução das mortes provocadas pela ação policial para que a gratificação seja recebida.

A publicação do decreto, dias após a morte de Ágatha Félix – criança de oito anos que morreu após ser atingida por tiro de fuzil da Polícia Militar, enquanto voltava para casa com sua família – reflete a insistência na política de morte adotada por um governo fascista que prega o “tiro na cabecinha”.

Segundo a plataforma Fogo Cruzado, o assassinato da menina Ágatha foi o 16º episódio em que uma criança foi baleada no Rio de Janeiro apenas neste ano, a quinta que não resistiu aos ferimentos e morreu. De janeiro a agosto, a Polícia foi a responsável por mais 30% das mortes violentas no Estado do Rio de Janeiro. Foram 1.249 registros nesse período, uma média de cinco mortes por dia, apresentando um crescimento de 16%, na comparação com o mesmo período em 2018, segundo o Instituto de Segurança Pública. O crime está no maior patamar desde 1998.

A óbvia consequência desse incentivo ao confronto, que só provoca mais mortes e não resolve o problema da segurança pública, é a continuação de recordes históricos de letalidade policial, o massacre às classes populares e a perda da vida da juventude negra e pobre para o genocídio promovido pela segurança do Estado.

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