UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

domingo, 22 de dezembro de 2024

Após morte de Ágatha, governador do RJ reafirma sua política genocida

Outros Artigos

Sem nenhum remorso ou reavaliação de sua política, o Governador Wilson Witzel (PSC) continua decretando e fazendo coro de sua própria política genocida, que vem levando, quase que diariamente, a vida da população jovem e trabalhadora carioca.

Giovanna Almeida


Foto: Carl de Souza/AFP

RIO DE JANEIRO – Em decreto publicado no Diário Oficial desta terça-feira (24), o Governador Wilson Witzel (PSC) modificou as regras para concessão de gratificação a policiais por redução de indicadores de criminalidade no Rio de Janeiro, retirando a redução de mortes cometidas por policiais como um dos indicadores do Sistema Integrado de Metas.

Criado em 2009, o Sistema previa a redução de quatro crimes de letalidade violenta: homicídio doloso, roubo seguido de morte, lesão corporal seguida de morte e morte decorrente de intervenção policial. Este último, retirado agora por Witzel.

O Rio de Janeiro alcançou a menor marca de homicídios e letalidade policiais em 2012, com auxílio do Sistema, que oferecia recompensas pagas a policiais militares do estado que reduzissem número de mortes nas ações. Agora, mais ainda, policiais não serão incentivados a diminuírem sua letalidade, pois, com a mudança no texto, não existe mais a necessidade de redução das mortes provocadas pela ação policial para que a gratificação seja recebida.

A publicação do decreto, dias após a morte de Ágatha Félix – criança de oito anos que morreu após ser atingida por tiro de fuzil da Polícia Militar, enquanto voltava para casa com sua família – reflete a insistência na política de morte adotada por um governo fascista que prega o “tiro na cabecinha”.

Segundo a plataforma Fogo Cruzado, o assassinato da menina Ágatha foi o 16º episódio em que uma criança foi baleada no Rio de Janeiro apenas neste ano, a quinta que não resistiu aos ferimentos e morreu. De janeiro a agosto, a Polícia foi a responsável por mais 30% das mortes violentas no Estado do Rio de Janeiro. Foram 1.249 registros nesse período, uma média de cinco mortes por dia, apresentando um crescimento de 16%, na comparação com o mesmo período em 2018, segundo o Instituto de Segurança Pública. O crime está no maior patamar desde 1998.

A óbvia consequência desse incentivo ao confronto, que só provoca mais mortes e não resolve o problema da segurança pública, é a continuação de recordes históricos de letalidade policial, o massacre às classes populares e a perda da vida da juventude negra e pobre para o genocídio promovido pela segurança do Estado.

Conheça os livros das edições Manoel Lisboa

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes