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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Volta às aulas em setembro é ameaça para a saúde dos estudantes

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MOVIMENTO ESTUDANTIL – Mesmo com a pandemia, o movimento estudantil não ficou paralisado e participou das manifestações contra o fascismo e as medidas de flexibilização do governo Bolsonaro. (Foto: Jorge Ferreira/Jornal A Verdade)
A volta às aulas em setembro e o crime da burguesia contra a juventude em São Paulo.
Yago Amador

SÃO BERNARDO DO CAMPO (SP) – O novo coronavírus apresentou uma ameaça séria ao nosso povo já no começo de sua propagação no país. No mês de março, às aulas presenciais da rede estadual de São Paulo foram suspensas, retornando posteriormente com o ensino remoto, cujo o suposto papel era garantir o aprendizado durante o isolamento social. Apesar da grande propaganda do Governo Dória (PSDB) sobre os supostos esforços para garantir que todos tivessem acesso, na prática apenas 1,6 milhões de estudantes dos 3,6 milhões utilizaram a plataforma do estado (isso representa 44,4% dos estudantes). Essa é uma evasão grande e ainda não se sabe quantos desses estudantes vão de fato voltar a frequentar a escola.

Entretanto, com o país demonstrando-se como o epicentro da epidemia e com um aumento crescente do número de infectados e mortos, o Governo Dória mais uma vez demonstra que não governa para o povo e nem para o bem da população e estudantes. Foi anunciado que um processo de retomada às aulas será iniciado a partir do dia 8 de setembro, o retorno vale para todo o ensino básico prevendo a combinação entre aulas presenciais e virtuais.

O que esse retorno não conta, é com a situação sanitária das escolas do nosso estado, abandonadas há mais de 20 anos pelo governo do estado do PSDB, conhecido pelo desmonte da educação pública, pela exploração dos professores e pela falta de verbas destinadas às escolas.

A defesa realizada é que todo um plano está sendo estruturado para que um menor número de estudantes esteja presente nas salas de aula, com o uso de máscaras obrigatórios e com aumento gradual da presença. Como colocado na apresentação do plano, os estudantes e trabalhadores da educação representam em São Paulo 32% da população do Estado. Com esse número é imprescindível que sejam garantidos materiais de proteção, assepsia, medidores de temperatura e testagens frequentes, algo que não está sendo garantido nem ao menos aos profissionais da saúde no estado, muito menos no comércio.

Com taxas em 67,5% de ocupação das UTIs e possibilidade de novas ondas do vírus, o risco que esses estudantes correm também é o de serem vetor do Covid-19 contraindo o vírus de forma assintomática e transmitindo aos seus familiares.

As escolas do estado não possuem ventilação adequada nas salas de aula, ambiente decente para alimentação, acesso à rede de água e esgoto em pleno funcionamento e antes mesmo da pandemia sofriam com ausência de recursos para manter uma condição sanitária adequada para quem a frequenta. Tirando os inúmeros escândalos de roubo de merenda em diversos municípios, como em São Paulo e Mauá.

Em um momento onde nossos direitos são cada vez mais atacados e retirados, a promessa de acesso à materiais que permitam a segurança à vida dos estudantes é tão vazia quanto às supostas medidas para impedir a propagação do vírus até esse momento de flexbilização.

Para a Associação Regional de Estudantes Secundaristas do Grande ABC (ARES), “este é mais um crime da burguesia contra o nosso povo, os que querem nos colocar e as nossas crianças em salas de aula caindo aos pedaços, sem merenda estão também dizendo quem pode morrer e quem deve viver. Devemos nos organizar para combater essa política genocida e convencer os outros estudantes a se somarem na luta pelo nosso direito de ter uma educação melhor.”

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