A anexação da Cisjordânia foi decidida por Israel e pelos Estados Unidos, sem levar em conta a opinião do povo palestino e seus representantes. Essa anexação faz parte do “acordo do século” e visa a expansão das fronteiras israelenses e o avanço do controle de Israel sobre a Palestina.
Por Anisah Campinas
Rio de Janeiro
O Estado terrorista de Israel há anos ocupa o território palestino da Cisjordânia. Seu objetivo é claramente ocupar toda a Palestina e colonizar sua população.
A Cisjordânia é uma área delimitada a leste pelo rio Jordão e pelo Mar Morto, onde encontra-se um dos pontos de interesse israelense na região: a disputa pelos recursos hídricos. Para Israel, essa área é “essencial” para sua defesa.
De acordo com a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) de 1947, a Cisjordânia deveria compor o Estado palestino, mas ela foi reivindicada após a primeira guerra árabe-israelense em 1949 pela Jordânia e ocupada após a Guerra dos 6 Dias, em 1967, por Israel. Desde então, os israelenses constroem assentamentos ilegais nessa área para abrigar colonos israelenses e continuam lentamente o processo de desapropriação e roubo das terras palestinas.
Os sionistas a região de Judea e Samaria, seus nomes bíblicos e presentes na Torá, numa tentativa de aproximação da fé judaica e construção da narrativa da “terra santa pertencente aos judeus”.
Quando falamos de “anexação” estamos nos referindo ao fato de um Estado proclamar unilateralmente sua soberania sobre outro território, ou seja, invadir o território, exterminar ou expulsar o povo e impor suas leis. Algo que poderia ser chamado também de colonização.
A anexação da Cisjordânia foi decidida por Israel e pelos Estados Unidos, sem levar em conta a opinião do povo palestino e seus representantes. Essa anexação faz parte do “acordo do século” já divulgado anteriormente, que é um plano de expansão das fronteiras israelenses e avanço do controle de Israel sobre a Palestina.
Esse plano, apresentado em janeiro, deu espaço para que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu pudesse discutir a questão na comunidade internacional, já que sem o esse apoio ele enfrentaria grande oposição. É provável também que Netanyahu queira correr para resolver a questão antes das eleições presidenciais que ocorrerão nos Estados Unidos em novembro desse ano, por medo de mudanças na política externa norte-americana.
Já em maio, ele definiu a data de 1º de julho para início do plano de anexação. No dia 24 de junho, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu por vídeo chamada para discutir a questão, e os representantes da Liga Árabe, além do Secretário Geral e sete países europeus, se opuseram ao plano.
Ontem (29), a Alta Comissariada para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, disse que “a anexação é ilegal. Ponto final. […] Qualquer anexação. De 30% ou de 5% da Cisjordânia”.
As lideranças palestinas disseram que a anexação pode acabar com as chances do estabelecimento de um Estado Palestino e clamam por solidariedade internacional. Porém, sempre foi claro para nós que a ONU, sendo comandada pela burguesia mundial, nunca irá defender os reais interesses dos povos e da classe trabalhadora. Cabe a todos nós escutar os palestinos e defender a realidade da situação: o sionismo sempre planejou a colonização de toda a Palestina e não haverá liberdade para os trabalhadores palestinos até o extermínio dessa ideologia e o estabelecimento de um Estado socialista e popular.
É preciso se engajar nas ações de solidariedade à causa palestina, assinando petições, dando visibilidade às denúncias, exigindo do governo brasileiro uma posição contrária à anexação da Cisjordânia e somando forças ao chamado do movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) às empresas que têm relação direta com a ocupação sionista. Todo apoio à resistência palestina!
Para saber mais sobre o BDS: https://bdsmovement.net/pt