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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

População exige reabertura do restaurante popular em Campos dos Goytacazes

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PRESSÃO. Movimentos populares lutam pela reabertura do Restaurante Popular (Foto: JAV/Rio)

Enquanto esteve funcionando, entre janeiro e junho de 2017, o Restaurante Popular serviu mais de 195 mil almoços e quase 51 mil cafés da manhã.

Isabela Moraes e Amaro Sérgio Azevedo
Campos dos Goytacazes (RJ)


LUTA POPULAR – A falta de debate com a sociedade civil em relação à reabertura do Restaurante Popular, apesar da fome, que não para de crescer, é uma triste realidade na cidade de Campos dos Goytacazes.

Desde o fechamento do restaurante conhecido como “1 real”, em 2017, aumentou bastante a dificuldade de muitas pessoas de se alimentar com qualidade no município. Tal situação se agravou devido ao aumento do desemprego, à aprovação da Emenda Constitucional 95 (Congelamento de Gastos) e ao projeto de desmonte dos serviços públicos.

Enquanto esteve funcionando, entre janeiro e junho de 2017, o Restaurante Popular serviu mais de 195 mil almoços e quase 51 mil cafés da manhã, segundo o relatório SAN – Segurança Alimentar e Nutricional, do Plano Municipal de Assistência Social. Esses números provam a importância de ter em funcionamento este tipo de estrutura de apoio à população mais pobre.

Com o fechamento do “1 real” pela administração do então prefeito Rafael Diniz (Cidadania), várias ações foram organizadas pelo conjunto dos movimentos sociais da cidade. Resultado dessa luta, foram promovidos atos contra o fim do restaurante e organizado o Movimento em Defesa do Restaurante Popular.

A Associação Resista Campos, a partir dos seus conselheiros no Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS), tem sido incansável na luta pela reabertura do restaurante e na pressão para que a Prefeitura reabra o local.

Em resposta, o governo municipal apresentou uma proposta que restringia o direito de várias pessoas ao restaurante, com critérios absurdos de seleção. Para quem não se encaixasse nesses critérios seria cobrado até R$ 8,00 por refeição. Ou seja, quem antes pagava R$ 1,00 para comer, agora teria que se humilhar para provar pobreza ou pagar um preço oito vezes mais caro.

Fechamento do restaurante popular piorou a vida dos moradores de Campos (Foto: JAV/Rio)

Quem tem fome, tem pressa

O atual prefeito, Wladimir Garotinho (PSD), mantém a mesma política de seu antecessor, se negando a debater com a sociedade os meios de reabrir o “1 real” e afastando o CMAS dessa discussão.

Está claro que essa é uma manobra da Prefeitura para enfraquecer a pressão popular, já que os conselheiros mais engajados do CMAS sempre foram determinantes no debate sobre o Restaurante Popular.

É urgente a reabertura do “1 real” e a construção de outras unidades do Restaurante Popular. Essa é a proposta da Associação Resista Campos e da Unidade Popular (UP). Quem tem fome, tem pressa!

A Prefeitura de Campos tem orçamento suficiente para isso, mas falta vontade política. O dinheiro público deve ser aplicado onde mais se precisa para ajudar as pessoas. Para isso, é imprescindível que o debate e as decisões continuem passando pelo Conselho Municipal de Assistência e que o Restaurante Popular volte a ser “1 real”, atendendo as pessoas das mais diversas regiões da cidade e alimentando a população em situação de rua, os estudantes e trabalhadores campistas.

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