Felipe Magdalena e Vitor Fabris
SÃO PAULO – O dia 29 de maio foi repleto de lutas em todo o Brasil: de Norte a Sul, o povo levou sua revolta e sua angústia às ruas para denunciar o Governo Genocida de Militares, tendo Bolsonaro como representante de uma política social e econômica de massacre do povo pobre para sustentar o lucro dos mais ricos. Em São Carlos, interior de São Paulo, as forças políticas progressistas da cidade se mobilizaram e construíram, junto aos trabalhadores e estudantes, um grande e combativo ato, afim não só de expressar seu descontentamento com o Governo Bolsonaro, mas também lutar contra a justiça dos ricos que o representam na cidade.
A juíza municipal Gabriela Muller decretou, no dia 24 de abril de 2020, a criminalização de manifestações massificadas, sendo passíveis de multa no valor de 5 mil reais. Sob a fachada de conter aglomerações e impedir o avanço do coronavírus na cidade, o decreto surge em um momento no qual a população já mostrava crescente descontentamento com os atentados diários à sua vida; assim age a justiça burguesa: tentando reprimir a voz do povo enquanto não são multados os grandes empresários e seus políticos de estimação que, sem fornecer auxílio emergencial básico e tampouco condições de trabalho adequadas à pandemia, jogam os pobres à morte diariamente para manter seu padrão de luxo.
O ato teve concentração inicial na Praça do Mercadão Municipal e seus entornos, reunindo a força de 1000 pessoas entre estudantes e trabalhadores. A serviço das elites, a Polícia Militar já se encontrava previamente no local, a fim de acompanhar e intimidar a concentração de perto; porém seus interesses foram frustrados pela forte contribuição dos transeuntes ao protesto, assim como pela grande massa de manifestantes em sintonia com o vigor e bravura do povo no combate e denúncia dos crimes desse governo contra nossa nação.
“Tem que ir pra rua sim! O Brasil é um país de maravilhas, mas agora estamos no fundo do poço. O pacote de arroz tá 30, 35 reais, sem contar as outras coisas… e tá cada dia subindo mais! Pra onde que esse país vai? E a população? Esse presidente ninguém merece. Fora Bolsonaro!”, esbraveja Seu Manoel, morador da ocupação Em Busca de um Sonho, que junto a outros moradores construiu o bloco da Unidade Popular pelo Socialismo no ato.
A coragem era tanta que, mesmo com diversas viaturas e policiais armados ao redor, uma breve assembleia geral foi feita, decidindo pela marcha conjunta na principal avenida de São Carlos, intimidando a oposição com palavras de ordem e organização, cientes de um possível confronto com as forças do Estado. A marcha foi até Praça XV, de forma inteiramente pacífica com a tomada das ruas pela população, mostrando sua força coletiva enquanto escoltada pela polícia militar e sem multa alguma.
O dia 29M é um exemplo histórico de como a força em conjunto do povo pode pisar em cima de uma decisão judicial repressiva e não se deixar abalar pelas forças do Estado. A organização e a luta são os únicos caminhos para defendermos nossos direitos e conquistarmos uma sociedade com vida, trabalho e moradia dignas! O povo organizado e combativo tudo pode!