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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Nota da CIPOML sobre o Afeganistão

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O QUE OCORRE NO AFEGANISTÃO DEMONSTRA, MAIS UMA VEZ, QUE NÃO SE PODE CONFIAR NOS IMPERIALISTAS!

O Afeganistão é palco de acontecimentos dramáticos para os trabalhadores e para o povo. Os talibãs ocuparam militarmente o país, inclusive Cabul, sua capital. O governo fantoche apoiado pelos EUA e pelos países imperialistas da Europa Ocidental fugiu rápida e vergonhosamente. Na realidade, foram os próprios norte-americanos que retiraram suas tropas e deram sinal verde ao avanço dos talibãs.

Todos os funcionários do governo afegão e todas as pessoas e forças que tiveram relação com os imperialistas temem por suas vidas e fogem apavorados.

Todos os que não são partidários da Sharia, especialmente as mulheres, estão indefesos diante da violência talibã.

A emigração massiva do Afeganistão, que iniciou há um mês, após o anúncio da retirada dos imperialistas norte-americanos, alcançou um ponto culminante com as trágicas cenas que foram vistas quando os talibãs entraram em Cabul. As pessoas fazem tudo o que for possível para escapar de seu próprio país. O aeroporto de Cabul está abarrotado de gente. Houve mortes de pessoas que caíram do trem de pouso dos aviões, ao qual se agarraram para escapar do país. Os carros que se dirigem ao Irã e ao Tadjiquistão provocaram congestionamento nas estradas.

A razão de toda esta desgraça é a dissolução simultânea do regime colaborador, quando a retirada do imperialismo estadunidense pavimentou o caminho para que os talibãs tomassem o poder, enquanto o povo estava desorganizado e sem defesa. A migração massiva que se dirigiu à Turquia, via Irã, há algum tempo, começará a desacelerar quando os talibãs começarem a controlar as fronteiras, porém o drama do Afeganistão não acabará.

Os Estados Unidos estão de saída, abandonando grandes setores de seus colaboradores que temem por suas vidas.

Não é a primeira vez que os imperialistas fazem isso. O imperialismo estadunidense também abandonou seus colaboradores no Vietnã logo após a vitória das forças de libertação nacional. Não se preocupam com o que deixam para trás nem com as penúrias às quais os povos estão condenados; a única coisa que importa é o saque das riquezas dos povos e a supremacia na luta contra seus rivais para alcançar a hegemonia.

Ficou nítido mais uma vez que não se pode confiar nos imperialistas. Foi ontem que eles armaram e organizaram os talibãs. Uma vez que estes declararam que “têm interesses próprios” e agiram contra os Estados Unidos, o imperialismo começou uma luta contra eles. Mais uma vez chegam a um acordo e o abandonam.

Os EUA, e nenhuma potência imperialista, não levam em consideração o bem de nenhum país em que intervém diretamente ou através de seus “colaboradores”; não buscam defender a democracia, senão impor seu poder para oprimir os povos e saquear seus recursos naturais. No exercício de sua política intervencionista, atuam junto às camarilhas mais reacionárias, aos poderosos grupos econômicos locais, aos reis e senhores da guerra.

Após a saída dos EUA e seus aliados imperialistas europeus do território afegão, outras potências imperialistas e capitalistas, como Rússia, China, Turquia, Irã, falam sobre estabelecer boas relações diplomáticas e políticas com o regime dos talibãs, em uma clara demonstração de ocupar o espaço abandonado e fortalecer suas posições na geopolítica mundial.

O povo afegão enfrenta um governo confessional ultrarreacionário; a luta pelos direitos dos trabalhadores, das mulheres, das crianças é uma reivindicação fundamental. O combate desse povo para alcançar a emancipação social e nacional tem hoje como bandeiras importantes a luta pelo pão, pela liberdade, pela democracia.

A CIPOML convoca os trabalhadores e povos do mundo a denunciar a cumplicidade das potências imperialistas com os acontecimentos trágicos que acontecem hoje no Afeganistão e a erguer a solidariedade com esse povo.

Comitê Coordenador da CIPOML
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