Bolsonaro quer fechar as duas rádios mais antigas do Brasil

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CONTRA A CULTURA. Rádios MEC e Nacional são patrimônios culturais do país. (Foto: EBC)

O coronel Roni Pinto, militar nomeado por Bolsonaro para comandar a EBC (Empresa Brasil de Comunicação), já avisou que, em abril, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro e a Rádio MEC, inauguradas em 1923, serão extintas.

Igor Barradas | Redação Rio


RIO DE JANEIRO – Em três anos de governo, o fascista Bolsonaro e seus generais estão promovendo uma verdadeira luta contra a cultura nacional. O último ataque do ex-capitão foi o anúncio de que, em abril, a Rádio MEC e a Rádio Nacional do Rio de Janeiro serão fechadas.

A decisão foi comunicada aos funcionários da Empresa Brasil de Comunicação pelo coronel Roni Pinto, diretor geral da EBC. As duas rádios estatais foram inauguradas em 1923 e são as mais antigas em funcionamento no país. 

O plano inicial do governo era fechar a própria EBC, mas recuou graças às manifestações de repúdio por parte de vários setores da sociedade, que denunciaram o projeto de destruição da cultura brasileira promovido pelo governo federal. 

A estratégia foi, então, nomear militares de alto escalão para chefiar empresas de comunicação ligadas ao Estado brasileiro, todos recebendo gordos salários e comissões. 

Tanto a Rádio MEC, como a Rádio Nacional, que entre as décadas de 1940 e 1950 foi a rádio mais importante do país, estão sob controle de militares. A extinção delas é inconstitucional, uma vez que a Constituição prevê, em seu artigo 223, a existência dos sistemas público, privado e estatal de comunicação. Em 2022, aliás, comemora-se o centenário da primeira emissão radiofônica no Brasil.

Porém, com decreto o 10.354, editado por Michel Temer (MDB) e sancionado por Bolsonaro (PL), a Empresa Brasil de Comunicação foi incluída no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que visa entregar ao capital privado o que resta das empresas estatais brasileiras.