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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Reflexos do imperialismo e da mineração em GO

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(Arraias mortas no Rio dos Bois, em Alto Horizonte — Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Fome, desemprego, violência, poluição e incerteza é o que resta para o povo da cidade de Alto Horizonte/GO, onde atua a Lundin Mining, empresa canadense responsável pela extração de ouro e cobre na região.


União da Juventude Rebelião (UJR)

BRASIL | A empresa Lundin Mining foi fundada pelo empresário dos ramos da mineração, óleo e gás, Adolf H. Lundin, e hoje é liderada pelo seu filho, Lukas Lundin. A família bilionária ainda possui o Grupo Lundin, por meio do qual pôde adquirir, entre outras coisas, seu iate de 100 milhões de dólares chamado Savannah. Sob o discurso de oferecer emprego e desenvolvimento e com o apoio da burguesia local, exploram o povo, exportam a matéria prima a baixo custo e deixam a devastação. “Extrair superlucros: eis o objetivo dessa exploração e dessa opressão”, escreve Stalin em “Fundamentos do Leninismo”, ao citar a contradição existente entre as nações “civilizadas” e os povos coloniais e dependentes, no contexto do imperialismo.

Pelas estradas que rodeiam a mineradora podemos ver diversos locais por onde sai um resíduo líquido das verdadeiras pirâmides de rochas sem viabilidade econômica, conhecidas como pilhas de estéril. Uma quantidade imensa de material que foi acumulado no subsolo ao longo de milhões de anos é trazido para cima da terra com um planejamento a longo prazo ridículo, o que provoca um desequilíbrio descomunal.

Essas pilhas estão a poucas centenas de metros do maior rio da região, o Rio dos Bois, e ocupam uma extensão de pelo menos 9 km ao longo da sua margem. Já brutalmente assoreado pelos anos de desmatamento e de plantação de cana-de-açúcar e soja na região, desde 2007 o rio vem sofrendo com a presença da gigante canadense e somente no último período de chuva já teve duas mortes de peixes e arraias em massa. A causa desses assassinatos ainda não foram comprovadas, mas as populações das cidades vizinhas estão com medo constante de utilizar o rio para pesca, subsistência e lazer.

Além disso, a legislação ambiental exige que a área devastada pela mineração seja compensada. A compensação da Lundin Mining são pastos sujos e sem manutenção em meio a poucas árvores, ou seja, a área que deveria ser preservada é usada para criação de gado Nelore de baixo custo.

O discurso de oferta de emprego e desenvolvimento é muito bonito, porém na prática a realidade é outra. O Produto Interno Bruto (PIB) é a principal medida do tamanho total da economia e é resultado da soma dos impostos e dos valores adicionados pelos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços, por exemplo). Em Alto Horizonte, pela influência da mineração, o valor do PIB dividido por pessoa é igual a R$ 146.833,35 (dados de 2018). Isso deveria ser mais que suficiente para garantir ótima qualidade de vida para o povo, mas no sistema capitalista o desemprego e a miséria são inevitáveis.

Para os filhos e as filhas da classe trabalhadora, o suposto emprego prometido pela mineradora também não é garantido, muito menos educação de qualidade e saúde, como relatou uma moradora da cidade para o Jornal A Verdade. As pessoas que vieram para a região em busca de trabalho e não possuem “apadrinhamento” foram jogadas nas periferias em casas de madeirite, enquanto a prefeitura nada faz para garantir moradia digna para essas famílias. A escola, apesar de possuir uma fachada impecável, está caindo aos pedaços em seu interior. O hospital não suportou a primeira chuva na região. E a juventude está desempregada: tem o tráfico de drogas como principal alternativa de renda, e o consumo de drogas como fuga da ausência de perspectivas de vida.

Esse é um pouco do contexto do povo de Alto Horizonte, a cidade com segundo maior PIB per capita de Goiás (2018) e profundamente impactada pela lógica do sistema capitalista em uma colônia de exploração. Esse contexto está perfeitamente de acordo com as análises de Stálin, apoiadas por Lênin, de que o imperialismo “dividiu a população do globo em dois campos: um punhado de países capitalistas ‘avançados’, que exploram e oprimem vastos países coloniais e dependentes, e uma enorme maioria de países coloniais e dependentes, que se vêem obrigados a lutar para libertar-se do jugo do imperialismo. Daí surge uma segunda conclusão: aguçamento da crise revolucionária nos países coloniais, desenvolvimento do espírito de revolta contra o imperialismo, na frente externa, na frente colonial”.

Com isso, o papel do Jornal A Verdade e dos(as) revolucionários(as) é de escancarar esses fatos para a classe trabalhadora e apontar o socialismo como caminho para sua libertação e para colocar o homem e o meio ambiente em harmonia, como partes de uma coisa só.

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