Com 6.159 votos (62%), a chapa “É tudo pra ontem” (com a presença do Movimento Correnteza) conquista o DCE-Livre da USP Alexandre Vanucchi Leme, o maior e um dos mais históricos do país.
Movimento Correnteza-USP
SÃO PAULO – A luta dos estudantes da USP é histórica e desde os tempos da ditadura teve um papel essencial na resistência e na organização do que seria o início do final da Ditadura Militar fascista. O Diretório Central dos Estudantes da USP Alexandre Vannuchi Leme sempre cumpriu a importante tarefa de lutar nacionalmente pela educação, sendo a entidade que representa os estudantes da maior universidade pública de todo país.
Entendendo a urgência de organizar os estudantes para a luta, a oposição se colocou como ponta de lança na defesa da permanência estudantil construindo lutas em defesa da moradia e contra a expulsão dos estudantes do bloco D do CRUSP (Conjunto Residencial da USP) – a moradia estudantil da USP que atende estudantes pobres ou moradores de outras cidades – além de construir brigadas de solidariedades para arrecadar alimentos durante a pandemia e a campanha “Estudantes contra a fome”.
Também foram realizadas mobilizações pela contratação de professores, a luta pela vida dos estudantes trans e pela implementação das cotas trans; e a defesa das cotas de impressão gratuita dos estudantes (Pro-alunos).
A USP foi umas das primeiras universidades a implementar o ensino remoto – sem diálogo com os estudantes – e ignorando completamente a situação dos alunos em maior vulnerabilidade. Foi a luta e a pressão estudantil que garantiram as mínimas condições para que os estudantes pudessem passar por esse período com maior tranquilidade.
A oposição também foi responsável pela mobilização e construção de um ato em defesa do retorno presencial entendendo que somente com os estudantes nas universidades teríamos forças para poder construir grandes lutas em defesa da permanência e pela derrubada do governo fascista de Bolsonaro. A resposta dos estudantes mostrou que a luta é o único caminho para a transformação da nossa realidade.
Respondendo ao anseio de mudança dos estudantes a chapa “É Tudo para Ontem” (composta pelos movimentos Correnteza, Juntos!, UJC e Ecoar) teve no centro da sua campanha a mobilização da juventude para barrar o fascismo, a derrubada do governo de Bolsonaro e a defesa de uma universidade pública, gratuita e de qualidade; contra a entrega da universidade à privatização e em defesa da permanência estudantil.
O programa da chapa foi bem recebido pela comunidade discente que se somou para formar a maior chapa inscrita nas eleições com mais de 800 estudantes participando e presente em todos os campus.
O imobilismo havia tomado conta do DCE e deixado de lado as lutas dos estudantes. Por longos cinco anos a Gestão Nossa Voz cumpriu o papel de desmobilizar e desorganizar, afastando os estudantes das lutas e dificultando a construção da resistência contra o governo do fascista Bolsonaro.
Com uma grande campanha que aconteceu entre os dias 07 e 09 de junho, em uma eleição com 9964 votos, a chapa “É TUDO PRA ONTEM” foi eleita para gestão do DCE da maior universidade do país, com 6159 votos.
Há um movimento estudantil combativo e consequente, disposto a ir até às últimas consequências para defender a educação pública, gratuita e de qualidade e todo o seu acesso para toda a juventude e população de São Paulo!
Com a força dos estudantes da USP a nova gestão do DCE já começa tomando para si a tarefa de organizar a juventude contra o fascismo e a pela derrubada do governo Bolsonaro, que se demonstrou o maior inimigo do povo e da educação.
Será tudo para ontem a construção das lutas contra o fascismo e pelo avanço da luta estudantil não só na USP, mas em todo o Brasil!
Quem foi Alexandre Vannucchi Leme?
Alexandre Vannucchi Leme era estudante de Geologia da Universidade de São Paulo (USP), primeiro colocado no vestibular, e militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), quando foi assassinado. Conhecido pelos amigos pelo apelido de “Minhoca”, o jovem lutava pela reorganização do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da USP, o que era ilegal na época. Tinha apenas 22 anos quando foi preso e assassinado no DOI-Codi, em São Paulo, em 1973.