Governo Bolsonaro vende controle acionário da Eletrobras. Empresa de energia agora será propriedade de capitalistas brasileiros e estrangeiros. Privatização aumentará a conta de luz da população. Centrão apoiou medida por meio dos esquemas de corrupção do orçamento secreto.
Felipe Annunziata | Redação Rio
BRASIL – Em mais uma medida criminosa, o governo do fascista Bolsonaro, com apoio maciço dos políticos corruptos do Centrão, vendeu o controle acionário da Eletrobras. No último dia 9, o governo federal vendeu 33,7 bilhões de reais em ações, deixando de ser o acionista principal, tornando a empresa num negócio privado.
A Eletrobras tem o controle de 40% do mercado de energia elétrica do país, além de ser a principal empresa de transmissão de energia e administração das hidrelétricas do país. Com a privatização, ela deixa de ser um monopólio público, com controle do Estado e da sociedade, e passa a ser privada, tendo como objetivo atender a sede de lucro de seus acionistas.
Povo é contra a privatização e conta luz aumentará
Mesmo com a luta dos trabalhadores da companhia e a posição contrária da maioria da população em relação às privatizações, a venda passou no Congresso, ainda no ano passado. Segundo a empresa de pesquisas PoderData, 56% da população é contra a venda da Eletrobras. Os dados foram coletados entre 27 e 29 de março deste ano.
O fato é que agora a conta de luz ficará mais cara. Mesmo economistas neoliberais confirmam isso. A jornalista neoliberal Miriam Leitão, da Globo, que sempre apoiou as privatizações, afirmando ainda em maio que “nossa conta de luz pode ficar mais cara por causa da privatização.”
Isto se dá porque a empresa passará a adotar preços de mercado nas suas operações. Ou seja, em vez de garantir o abastecimento da população, a Eletrobras funcionará com o objetivo de reduzir o máximo de custos e ter o máximo de lucro, mesmo que isso signifique cobrar mais do povo pela conta de luz.
Centrão aprovou medida por meio de esquemas corruptos
Por outro lado, na lei aprovada que libera a privatização, o Centrão também garantiu bilhões do governo para seus interesses. A privatização prevê o estabelecimento de novas termelétricas e gasodutos pelo país, as empresas contratadas deverão ser ligadas a deputados e senadores do Centrão. Os custos dessa operação serão repassados a contas de luz de todas as pessoas.
Paulo Guedes, ministro da economia de Bolsonaro, também fez muito lobby para aprovar a privatização. O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), um dos principais opositores à venda da companhia no Congresso, chegou a enviar um pedido para que a procuradoria-geral da república investigasse o ministro.
As ilegalidades e suspeitas de corrupção levaram o processo a ser investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), mas em 18 de maio o tribunal liberou a venda da estatal com 7 votos a favor e 1 contrário. O TCU é uma instituição formada por políticos antigos indicados pelo Congresso sem ter qualquer tipo de eleição popular. Muitos dos ministros do tribunal, quando eram deputados e senadores, já votaram a favor das empresas privadas e contra as estatais.
A privatização da Eletrobras é mais um passo na escalada golpista do presidente fascista. Seu interesse em destruir os direitos mais básicos da população para apoiar seus esquemas de corrupção está a todo vapor. A privatização da Eletrobras, com a conta de luz mais cara e o apoio de empresas privadas ligadas ao Centrão é mais um passo nessa linha.