UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

terça-feira, 30 de abril de 2024

Protesto denuncia falta de assistência estudantil na UFRRJ

No campus de Seropédica, na Baixada Fluminense, o restaurante está há mais de seis anos em obra e ficou um bom tempo servindo quentinhas de péssima qualidade. Muitos alunos relatam que as refeições chegavam azedas, estragadas, com pedras e até bichos dentro delas. 

Anna Luiza Lopes e Isadora Guerra
Integrantes do Movimento Correnteza no Rio de Janeiro


JUVENTUDE – Quem é estudante universitário sente na pele como é difícil se manter estudando, principalmente com a situação atual do país e com as garras do capitalismo  cada vez mais profundas sobre o povo preto e pobre. 

O bom funcionamento do restaurante  universitário é uma das medidas mais importantes para a permanência dos alunos e para a diminuição da evasão das salas de aula. Porém, não é de hoje que os alunos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) vêm sofrendo com a  péssima qualidade ou a falta de alimentos no bandejão. 

No campus de Seropédica, na Baixada Fluminense, o restaurante está há mais de seis anos em obra e ficou um bom tempo servindo quentinhas de péssima qualidade. Muitos alunos relatam que as refeições chegavam azedas, estragadas, com pedras e até bichos dentro delas. 

Com o retorno das aulas presenciais, em março, o RU finalmente foi  liberado e a comida voltou a ser servida em pratos e bandejas. No entanto, esse direito foi restringido apenas aos bolsistas nos campi de Nova Iguaçu e Seropédica (o terceiro  campus, em Três Rios, sequer possui bandejão), excluindo boa parte dos estudantes, que passam o dia todo na universidade sem ter onde e como comer. 

Corte de verbas do MEC ameaça estudantes

Os sucessivos cortes de verbas das universidades promovidos pelo governo Bolsonaro retiraram milhões de reais do orçamento dessas instituições e pioraram muito as condições de ensino e permanência. O último corte foi de 14%, o que representa menos 9 milhões no caixa da Rural. 

Resultado: a Rural não abrirá editais para auxílios financeiros estudantis esse ano, pela falta de verbas e de políticas de assistência. Os alunos sofrem com a falta de bolsas de pesquisa e assistência estudantil, e a situação dos moradores dos alojamentos universitários é ainda pior, pois não possuem direito a auxílios financeiros e nenhuma política de permanência. 

Durante a pandemia, muitos estudantes da UFRRJ tiveram que continuar  morando nos alojamentos e passaram por muitas necessidades, sem nenhum tipo de proteção ou auxílio da universidade. Foram muitos os dias que não  tiveram o que comer, que faltou luz e até mesmo água para esses estudantes. 

Comida servida aos alunos da UFRRJ é de péssima qualidade (Foto: Reprodução)

Estudantes denunciam cortes 

Na Rural, uma das lutas mais importantes do momento é pela abertura do RU para todos os estudantes, visto que a maioria não tem recursos suficientes para pagar quentinhas e lanches todos os dias. 

A pressão dos estudantes deu certo, e o bandejão abriu para todos e todas, porém voltando ao método de distribuição de quentinhas. Isso não foi bem recebido pelos estudantes, uma vez que as marmitas são de péssima qualidade e não atendem à demanda. Em muitas delas, foram encontradas formigas, lagartas e outros insetos, pedaços de alumínio, carne crua e outros  absurdos.

Em resposta, os estudantes ocuparam a sala da Reitoria para exigir comida de qualidade e desafiaram o vice-Reitor, Da Ros, a provar a quentinha oferecida pelo RU. 

Após a ocupação, a Reitoria se comprometeu a servir o almoço novamente em bandejas e pratos, além de servir café da manhã e alimentação nos finais de semana. Devido à crescente demanda, a qualidade da comida ainda está baixa e nem todos estão conseguindo comer. A comida se precariza e as filas crescem, atrasando as aulas e compromissos de diversos alunos diariamente. 

O Movimento Correnteza vem construindo um trabalho combativo na Universidade Rural do Rio de Janeiro. Formado por estudantes que querem mudar a situação da universidade, o Correnteza luta para garantir todas as demandas estudantis, organizando atividades, oficinas de cartazes, panfletagem, lambes e mesas de debate, com o objetivo de criar um movimento estudantil consolidado para que, assim, possamos ter nossos direitos mínimos garantidos. 

 

Outros Artigos

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes