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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Carta: alunos sofrem perseguição da direção da ETEC de Franca

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Apresentamos abaixo o relato enviado por estudantes da ETEC de Franca


Ao longo do segundo semestre de 2022, estudantes da ETEC Dr. Julio Cardoso, na cidade de Franca, desenvolveram uma vitoriosa campanha reivindicando micro-ondas para os alunos almoçarem.

Enquanto realizavam a coleta de assinaturas do abaixo-assinado, antes mesmo dele ser protocolado na direção, rapidamente se resolveu o problema e foram comprados novos micro-ondas, mostrando a força dos estudantes. Um problema que há meses não se resolvia, quase que magicamente, resolveu-se.

Imediatamente isso foi dado pelo que é: uma vitória do movimento estudantil em que a pressão dos estudantes acelerou a direção.

Mas ao divulgar essa vitória, os militantes encontraram uma grande retaliação por parte da direção, que usava como principal justificativa de que estavam eles espalhando mentiras, que os micro-ondas já estavam sendo comprados, que de nada impactou o abaixo-assinado, que a mobilização dos estudantes nada teve a ver com isso. Uma série de perseguições, abusos e violências morais e psicológicas decorreram disso então.

O auge se deu quando, neste dia 10/11, a apenas 3 dias da primeira fase do ENEM, a diretoria da ETEC investiu contra os estudantes com mais um caso absurdo de perseguição estudantil.

No momento que dois alunos iriam começar uma passagem em sala comemorando a conquista dos micro-ondas e convidando os estudantes a se organizarem, foram impedidos de forma arbitrária pela direção.

Foram levados até a diretora – a Profª Rita Lombarde Vilela Vitoriano – junto com duas coordenadoras que montaram um teatro para atacar os estudantes psicologicamente e desmoraliza-los perante os pais.

Fizeram eles esperarem durante horas sentados sozinhos, ameaçaram chamar o Conselho Tutelar, silenciaram os estudantes, afirmaram de que uma estudante só participava do movimento estudantil por ameaças de outros, além de vários outros abusos políticos e pedagógicos que jamais caberiam a uma diretora.

Sabendo da situação, um representante da Federação Nacional de Estudantes em Ensino Técnico (FENET) tentou intervir na situação ligando para a diretora, que se mostrou completamente exaltada, fechada para o diálogo, cheia de razão. Banalizou a entidade estudantil e prosseguiu com sua campanha de assédio moral aos estudantes.

A diretora coagiu uma estudante a declarar sua posição política de esquerda na frente dos responsáveis, tudo isso enquanto anotava em seu caderno as informações. Uma clara violência política e moral.

Na atual conjuntura de acirramento da violência política, quais seriam os efeitos se os pais fossem bolsonaristas? O que fariam eles com sua filha? Uma professora não ter esse mínimo de responsabilidade é alarmante.

“Eu e um companheiro fomos passar nas salas para falar de uma conquista da UJR em relação aos micro-ondas obtidos por meio da mobilização estudantil, mas fomos impedidos por causa da direção e da coordenação da escola, com as mesmas falando várias mentiras pros nossos pais, incluindo que o camarada estava me pressionando a fazer parte e que ele seria louco”, disse a estudante envolvida na situação.

Tudo isso se armou sobre justificativa de “ser mentira que foi uma vitória dos estudantes”. A realidade é que a direção tem medo do movimento estudantil, pois realizou-se uma vitoriosa paralisação na ETEC este ano, além de diversas outras ações vitoriosas.

A escola demonstra com essa ação mais uma vez seu caráter claro de criminalização do movimento estudantil e sua posição contraria a livre organização dos estudantes.

A ETEC foi fundada em 1924, mas hoje não tem um grêmio e cada vez fica mais claro o motivo: a atuação policialesca e reacionária da direção, que fere todos os princípios da gestão escolar democrática e mesmo os direitos mais básicos de cidadania.

Entretanto, a resposta dos estudantes se faz mais clara do que nunca: não vamos seguir o jogo sujo da diretoria, se eles temem a organização nós vamos ser seu maior medo.

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