Movimento de Mulheres Olga Benario
Caxias do Sul/RS
Daiana, Bruna, Jussara, Carla, Marivane, Jessica, Lindamir. Esses são os nomes das mulheres vitimas de feminicídio em Caxias do Sul/RS em 2022. Os autores dos crimes? Homens, companheiros, ex-companheiros das vítimas. Começamos nossa reflexão sobre essa data com seus nomes, os quais representam milhares de mulheres em nosso país e no mundo que convivem diariamente com a perpetuação do machismo, da violência e do racismo. Que não sejam esquecidas!
Ao falarmos de violências, citamos as diversas formas de suas manifestações, a violência psicológica, moral, sexual, física, política e institucional. Todas presentes no cotidiano das mulheres nos diversos espaços públicos e privados.
A campanha mundial “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” foi criada pela ONU Mulheres em 1991 e é organizada anualmente em mais de 150 países com objetivo de conscientizar a população sobre os diferentes tipos de agressão contra mulheres e propor medidas de prevenção e combate à violência, ampliando também os espaços de debate com a sociedade. No Brasil, a campanha começa antes, em 20 de Novembro em razão do Dia Nacional da Consciência Negra, considerando que a mulher negra está em maior vulnerabilidade.
O calendário internacional começa em 25 de novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres) e termina em 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). A data foi escolhida pela ONU para homenagear e lembrar a luta das irmãs Mirabal, três mulheres, mães e esposas dominicanas de classe média, conhecidas como ‘Las Mariposas’ (as borboletas), que foram assassinadas em 1960, na República Dominicana, por lutarem contra o brutal regime ditatorial de Rafael Trujillo.
Em 2021, o Brasil teve um estupro a cada 10 minutos e um feminicidio a cada 7 horas, sendo que as mulheres negras são as principais vítimas de feminicidio no país e representam 67% dos casos notificados em 2020, as mulheres brancas representam 29% e as indígenas 1% (Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública).
Para vencermos esses dados e realidade, precisamos lutar contra o racismo estrutural, o patriarcado que atravessa os discursos moralistas, preconceituosos e religiosos no nosso dia a dia. Além da conscientização sobre esses fatos, é preciso considerar as vulnerabilidades sociais. Entendemos que é dever do Estado garantir políticas públicas que promovam direitos, acesso à renda, creches públicas, centros de convivência, cozinhas comunitárias, escolas, Unidade Básica de Saúde, áreas de lazer, para que as mulheres possam ter condições de viver livres da subjugação econômica a que são expostas.
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