Após lutar por um natal sem fome, as famílias do MLB sofrem criminalização por parte da justiça do RN e da rede de supermercados “Nordestão”. Movimento está proibido de fazer atos em raio de até 1 Km sob risco de violência policial e multa absurda.
Redação RN
LUTA POPULAR – No último sábado (17), o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) ocupou dezenas de supermercados pelo país para denunciar a carestia que as famílias da periferia sofrem, sobretudo no final do ano.
No Rio Grande do Norte, o movimento ocupou um dos 11 supermercados ativos da rede “Nordestão” para denunciar a fome e reivindicar cestas básicas para 400 famílias que estão em situação de vulnerabilidade social. Durante a manifestação, o movimento não roubou, quebrou e nem impediu as demais pessoas de entrarem ou saírem do supermercado.
Após 3 horas da ocupação, a gerência optou por fechar o estabelecimento com as famílias dentro, desligando os ares-condicionados e se negando a negociar com o movimento social.
No fim, o supermercado milionário não quis dialogar com o movimento e nem entregar as cestas básicas para as famílias pobres, mostrando que a rede não tem nenhum interesse em ajudar o próximo e combater a fome, colocando o lucro acima da vida.
Justiça toma decisão arbitrária e criminosa
Hoje (19), a Justiça atendeu ao pedido da família bilionária dona da rede Nordestão de proibir o MLB de realizar atividades até 1.000 metros de distância de qualquer supermercado da rede, além de estipular uma multa no valor de R$ 100.000 (cem mil reais) e garantir força policial contra qualquer atividade do movimento dentro do perímetro, liberando a violência às famílias do MLB.
Em nota, o MLB afirma: “essa decisão representa tudo que há de mais atrasado, lutar contra a fome não é crime! Crime de verdade é deixar 33 milhões de brasileiros passando fome, crime de verdade é ter 7 mortes por fome diariamente no nosso país, crime é 27 milhões de toneladas de alimentos irem pro lixo anualmente.”
Além disso, completa: “Por isso, o MLB reafirma que seguirá na luta contra a fome! Não existe decisão que impeça as famílias organizadas de seguirem na luta contra essa injustiça! Lutar pelo direito de mulheres, homens, crianças e idosos de se alimentarem é extremamente justo e digno!”
Nota-se que esse pedido reflete a visão hiper capitalista e atrasada desse grupo de bilionários de colocar o lucro acima da vida, tendo em vista o vasto histórico da rede de processos de infração de diversas leis trabalhistas, que está sendo investigada atualmente por assédio moral durante as eleições para presidência. Destaca-se também o fato de que a esposa do dono dessa mesma rede de supermercados esteve presente em atos fascistas que pediam intervenção federal em frente aos quartéis.