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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Estudantes de todo Brasil discutem moradia e assistência estudantil no 44º Encontro Nacional de Casas de Estudantes

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Guimarães Mota | Salvador


JUVENTUDE – Aconteceu, na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), o Encontro Nacional de Casas de Estudantes. O evento, que está na 44ª edição, surgiu durante a Ditadura Militar Brasileira, no governo de Ernesto Geisel. A edição atual foi organizada na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e reuniu acadêmicos de diversas universidades públicas do Brasil, para que fossem levantadas discussões sobre a permanência e a assistência estudantil nas instituições de ensino superior.

O calendário do evento durou cinco dias, tendo início com a apresentação performática do poema Padê de Exú Libertador, de Abdias Nascimento, em 26 de janeiro, quando também foram recebidas e apresentadas as delegações universitárias, na presença do reitor da UEFS, Evandro do Nascimento Silva, e da pró-reitora de Políticas Afirmativas e Assistência Estudantil, Sandra Nivea Soares de Oliveira, também da UEFS.

Delegação da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) (Foto por Guimarães Mota/Jornal A Verdade)

Nos dias seguintes, foram promovidos grupos de discussões, oficinas e exposições científicas, artísticas, literárias e culturais, que trataram sobre diversos temas, incluindo saúde de pessoas trans, racismo, autoritarismo e perseguição estudantil, acessibilidade e permanência de pessoas cotistas, legislação e saúde mental e religião nas residências universitárias. O evento contou com a apresentação de artistas locais e promoveu a Feira de Saberes e Sabores, com produtos da cultura baiana e da agricultura familiar.

Ocorreram também três mesas de palestras, sendo a primeira com o tema “Nada sobre nós, sem nós: a necessidade de um ambiente acessível e livre de preconceito para pessoas com deficiência(s)”, que levantou discussões sobre as realidades de pessoas com deficiência(s) nas residências universitárias e o enfrentamento do capacitismo, bem como as barreiras enfrentadas, como inexistência de banheiro para pessoas ostomizadas, elevadores etc. A segunda mesa, “Aspectos históricos do Movimento de Casas de Estudantes (MCE) e formação política nas residências estudantis”, falou sobre a luta dos movimentos estudantis e as residências universitárias como local de resistência, inclusive durante a Ditadura Militar. E durante a última mesa de debate que abordou a “Saúde da população trans e travesti nas residências universitárias” foi relatada a inexistência de cotas e programas de saúde física e mental para pessoas trans.

Por fim, no penúltimo dia, o evento elegeu a nova mesa da Secretaria Nacional de Casas de Estudantes e organizou uma carta de reivindicações em prol da assistência estudantil na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). No último dia, 31 de janeiro, os estudantes fizeram uma manifestação com cartazes no entorno da UEFS, passando pelo bairro Feira VI e na Avenida Transnordestina. Ao entrar novamente no campus universitário levaram a carta de reivindicações até a reitoria, carta esta que foi lida, discutida e assinada como “recebida” pelo reitor da instituição. 

Estudantes levam carta de reivindicações à Reitoria da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) (Foto por Guimarães Mota/Jornal A Verdade)

Eventos como esse são importantíssimos para a promoção e a manutenção da assistência estudantil, que é a garantia para permanência dos estudantes mais vulneráveis nas universidades públicas. O Encontro Nacional de Casas de Estudantes promove que universitários se unam em torno dessa causa em um local específico, organizando e somando a luta em prol dos mais pobres e dos que precisam, especificamente, da residência universitária.

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