Governo estadual quer privatizar a COPEL e encarecer a energia do Paraná

1033

Empresa estatal de energia do Paraná está sob ameaça de privatização. Venda da  COPEL aumentará conta de luz no estado do Sul. Povo trabalhador será o maior atingido pelo processo.

Gabriela Torres | Curitiba


BRASIL – O governo do Paraná anunciou no final do ano passado o início do processo de privatização da Companhia Paranaense de Energia. Quase 70% das ações da empresa, que hoje são do estado, serão vendidas a preço de banana para a esfera privada. A proposta já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP). A decisão criminosa é expressão clara da política adotada pelo governador reeleito Ratinho JR (PSD), que indicou recentemente que também pretende privatizar as escolas públicas estaduais. 

A COPEL é uma das principais empresas estratégicas do estado. Criada nos anos 50, foi construída com sangue e suor do povo paranaense e é objeto de disputa pelos grandes ricos por toda a riqueza que gera.

Apenas no primeiro trimestre de 2022, a COPEL atingiu o lucro de mais de 400 milhões de reais. Ela é responsável por abastecer quase 300 municípios do estado – garantindo energia para mais de 78 mil indústrias, 380 mil comércios e 3,6 milhões de lares paranaenses. Com a privatização, a conta de luz do trabalhador paranaense, que hoje é a 20° mais barata do país, irá encarecer e pesar principalmente entre as famílias de baixa renda e em situação de miséria.

Além de sua produção de riqueza e insumo, a COPEL também gera impactos sociais entre a população mais pobre, patrocinando institutos de pesquisa e potencializando o desenvolvimento de ciência e tecnologia nos setores da engenharia e da energia no estado. 30% da verba dos programas de pesquisa e desenvolvimento da companhia são destinados à diversos institutos de ciência e tecnologia e ensino superior de diversos, investimentos diretos na educação pública e na ciência brasileira.

Além da venda da empresa, duas usinas termelétricas foram anunciadas à venda no início de fevereiro. Localizadas na cidade de Araucária, região metropolitana de Curitiba, as termelétricas são de médio porte e interligadas ao sistema elétrico nacional.

Ao invés de se preocupar com o bem-estar e o desenvolvimento social, Ratinho Jr. demonstra mais uma vez que o seu mandato é construído para garantir benefícios apenas para os grandes ricos do estado e do país. Privatizando, o governo do Paraná tira as riquezas que a COPEL produz das mãos trabalhadoras que a ergueram, cede uma das principais empresas públicas brasileiras a preço de banana, acaba com os programas de impacto sustentável, mina os programas sociais da companhia e ataca, com um projeto só, o acesso à energia, a educação, a ciência e a soberania do povo brasileiro.