Militância gaúcha realizou diversas atividades para celebrar os 50 anos de imortalidade dos heróis do PCR. Edival Cajá, do Comitê Central do Partido, esteve presente em uma série de atividades, incluindo uma homenagem na Assembleia Legislativa do estado.
Claudiane Lopes | Redação
HERÓIS DO POVO BRASILEIRO – Ocorreu nos dias 27 e 28 de outubro, na capital gaúcha, as comemorações dos 50 anos do heroísmo revolucionário dos dirigentes do Partido Comunista Revolucionário. O evento relembra o dia 04 de setembro de 1973, quando Manoel Lisboa de Moura, principal dirigente do Partido Comunista Revolucionário (PCR), foi assassinado nos porões da ditadura militar após 19 dias das mais bárbaras torturas.
Assim, este ano de 2023 marca a celebração dos 50 anos de imortalidade dos heróis do PCR, estendendo as homenagens a Emmanuel Bezerra dos Santos, Manoel Aleixo da Silva (também mortos em 1973), Amaro Luiz de Carvalho (morto em 1971) e Amaro Félix Pereira (desaparecido entre 1971 e 1972) que foram assassinados pela ditadura fascista no Brasil.
As atividades começaram com a entrega da Medalha da 56ª Legislatura da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul ao sociólogo e ex-preso político da Ditadura Militar Fascista, Edival Nunes Cajá, por proposição da deputada estadual Luciana Genro (PSOL). Na ocasião a deputada lembrou do papel histórico de Cajá na luta pela resistência contra a ditadura quando foi sequestrado pela ditadura em 1978, quando era líder estudantil e membro do PCR.
A sua prisão ganhou repercussão no país e no mundo, gerando uma greve estudantil em diversas universidades e uma campanha de mobilização por sua liberdade que envolveu, inclusive, a artista Elis Regina. A cantora participou de uma cerimônia religiosa pela libertação de Cajá, com a participação de 1,5 mil pessoas, fazendo com a pressão da sociedade findassem as torturas e a libertação de Cajá.
Edival Nunes Cajá recebeu a medalha representando o Comitê Central do PCR e o Centro Cultural Manoel Lisboa em Pernambuco. Estiveram presentes nessa audiência Cauã Roca da União da Juventude Rebelião, Priscila Voigt – Presidente Estadual da Unidade Popular; Ricardo Haesbaert – Associação José Martí e Everaldo Oliveira – Diretor de Políticas Educacionais da UNE que saudaram a importância histórica e o exemplo dos dirigentes do PCR para a implantação do retorno da democracia para o povo brasileiro.
Em sua fala Cajá reafirmou que “as mortes dos camaradas do partido só ocorreram, pois eles tinham a ideologia socialista como sua causa para lutar durante toda as suas vidas. O Estado Fascista da época e os seus algozes não conseguiram liquidar o PCR, pois hoje somos o único partido que viveu nesta época e que existe atualmente, sendo que a cada dia, crescemos e avançamos mais no seio do povo. Essa luta contra o imperialismo, o fascismo e o capitalismo continua, veja o que estado sionista de Israel estão dizimando os Palestino para roubar suas terras e sua riqueza natural, tudo em nome de terem mais lucros e poder às custas de milhares de mortes.”
À noite, no Auditório do IFRS, teve o debate sobre a “Operação Condor em Porto Alegre e a punição aos torturadores” com a participação Cajá; Luís Ruiz – Exilado na Argentina em 75 e Dirigente do Partido Vitória do Povo Uruguaio; Guilherme Fernandes – Filho do Guerrilheiro Diógenes Oliveira e Priscila Voigt – da Unidade Popular/RS e Jonas da Rocha – Diretor da Federação Nacional dos Estudantes de Ensino Técnico (FENET). Essa atividade foi promovida pela União da Juventude Rebelião e pelo Movimento Correnteza. O evento também abordou sobre os 44 anos da anistia e a luta pela Memória, Verdade, Justiça, Reparação e Democracia.
No sábado, a militância do PCR das cidades de Pelotas, Rio Grande, Caxias, Santa Maria, Passo Fundo e da Região Metropolitana estiveram presentes no ato em comemoração aos 50 anos do de imortalidade de seus heróis, com início todos cantando o hino mundial da classe trabalhadora, A Internacional, a voz e violão do camarada Mosíah. A cerimônia contou com as falas políticas de Sarah Silva – Coordenação Nacional da UJR; Vinicius Stone – Presidente da UP em Porto Alegre e Claudiane Lopes da Redação Nacional do Jornal A Verdade.
O camarada Edival Nunes Cajá, em nome do Comitê Central do PCR fez um emocionante discurso sobre a história dos homenageados e de momentos que viveu ao lado de Manoel Lisboa, relembrando a firmeza e coerência dos dirigentes do PCR de agir conforme aquilo que defendiam. Assim foi durante todos os dias sob as torturas aos quais os cinco foram submetidos e não entregaram nenhuma informação, cumprindo a norma de que o dever de todo revolucionário é vencer as torturas.
Seu exemplo continua vivo dentro de nossos corações e no nosso partido, a melhor forma de homenagearmos é crescer as fileiras do PCR, aumentar nosso vínculo com as massas proletárias, divulgar nosso jornal e o socialismo como única saída de uma vida de exploração e opressão que vive o povo brasileiro. Todas essas atividades foram fundamentais para o fortalecimento ideológico dos nossos militantes e o reconhecimento do PCR no sul do país.