Ao longo do governo do fascista Jair Bolsonaro, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) espionou milhares de opositores políticos do governo genocida. Os espiões teriam ligações com Israel. Alexandre Ramagem (atualmente deputado federal), era o chefe do esquema.
Felipe Annunziata e Igor Marques | Redação RJ
BRASIL – A Polícia Federal deflagrou, na manhã do último dia 25, uma operação contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). A suspeita é que ele liderou um esquema de espionagem de opositores políticos de Bolsonaro enquanto foi Diretor Geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Além de Ramagem, outros policiais federais e ex-oficiais da Abin foram alvos de busca e apreensão.
Os suspeitos teriam usado softwares de espionagem de celulares e computadores. Seriam programas importados do Estado terrorista de Israel, que também armazenava os dados. Além disso, a suposta quadrilha usava drones e outros materiais da agência para monitorar opositores políticos, como deputados e até governadores, e lideranças dos movimentos sociais.
O uso do sistema de inteligência do Estado brasileiro não é novidade na história. Na ditadura militar fascista (1964-1985), foi criado o Serviço Nacional de Informações (SNI), que monitorava revolucionários e democratas que lutava contra o regime ditatorial. O que os comparsas de Bolsonaro fizeram foi só repetir o repertório dos militares fascistas.
Ramagem foi escolhido a dedo pelo ex-presidente fascista. Ele é aliado de longa data da família Bolsonaro. Antes o fascista já tinha tentado colocá-lo na diretoria-geral da Polícia Federal (Ramagem foi delegado da PF). O deputado federal foi segurança de Bolsonaro na campanha de 2018, quando se aproximou da família suspeita de envolvimento com as milícias do Rio de Janeiro.
A investigação da PF mostra que a Abin foi usada também para ajudar Bolsonaro e seus filhos criminosos a se safarem da justiça. Os programas de espionagem teriam sido utilizados para obter informações que ajudassem os Bolsonaros a invalidar provas ou atrapalhar processos dos quais eram alvos.
O esquema de espionagem tentou obter informações até sobre a investigação sobre o assassinato da vereadora socialista Marielle Franco, executada em 2018. Segundo a PF, a procuradora Simone Sibilio foi monitorada pela estrutura paralela criada na Abin.
Escândalo da espionagem expõe domínio da burguesia sobre redes digitais
O escândalo de espionagem revelado hoje mostra como o Estado burguês detém o controle das informações que circulam nos meios eletrônicos e nas redes digitais. Se até governadores, como o atual ministro Camilo Santana (PT-CE), foram espionados, o que dirá daqueles que lutam contra a exploração capitalista ou se revoltam contra injustiças.
O fato dos programas usados pela suposta quadrilha terem dados armazenados em Israel mostra outra faceta desta questão. Afinal, as informações colhidas com a espionagem ficam sob domínio de um Estado estrangeiro, sendo usada não só em proveito dos fascistas brasileiros, mas também do imperialismo mundial.
Os resultados da operação mostram como o fascismo precisa ser derrotado definitivamente no nosso país. Afinal, fica evidente como o fascismo atuou para reprimir aqueles que se opunham às suas medidas. Se em 4 anos de governo genocida Bolsonaro conseguiu tomar a Abin para seus propósitos, imaginemos eles com o poder total sobre o Estado, o que tentaram fazer em 08 de janeiro de 2023.