Na manhã de domingo, 11/09, faleceu o companheiro Carlos Sá Pereira, 82 anos, militante do Partido Comunista Revolucionário – PCR e do Movimento Luta de Classes-MLC. Sá Pereira perdeu o pai aos 7 anos de idade e para ajudar a família começou a trabalhar aos 11 anos e estudava no turno da noite. Foi Secretário de Ação do Grêmio Estudantil do Colégio Noturno de Contabilidade, denominado Grêmio Literário e Comercial Português. Participou ativamente da campanha: “O petróleo é nosso”, quando iniciou sua militância no PCB.
Em 1956, ingressou na Petrobrás. Em 1962 desenvolveu um processo de denuncias contra a Diretoria que tentava formar Associação profissional com objetivo de arrecadar os recursos dos trabalhadores que não tinham seu sindicato, o que motivou perseguições e suspensões de alguns companheiros, assim como, algumas demissões sumárias. Apesar das ameaças continuou reivindicando e cobrando da diretoria que viessem a público dar satisfações aos associados. Esse processo resultou na fundação do SINDIPETROPa/Am/Ma/Ap, do qual Sá Pereira foi o presidente-fundador.
Na noite de 30 de março de 1964, véspera do golpe militar, Sá participava de uma Assembleia permanente de vigília, em apoio ao presidente João Goulart quando tomou conhecimento que seu nome estava na lista pra ser preso. Tentou fugir, mas foi pego e conduzido ao Quartel General do VIII RM e de lá para central de polícia, depois removido para o quartel da Polícia Militar e de lá encaminhado para o presídio na ilha de Cotijuba, onde ficou preso incomunicável por mais de seis meses.
Após saída da prisão, para poder sobreviver, Sá foi trabalhar de pedreiro, carpinteiro, serviços gerais, etc, arrastando consigo uma senhora depressão, provocada mais pelos problemas familiares, os quais resultaram na sua expulsão do lar.
Já depois de anistiado, Sá voltou, em 1986, para Petrobras, casou-se com Dona Cleonice Rabelo Lima com quem viveu até os últimos dias de sua vida, além de ser reeleito várias vezes membro do conselho fiscal do Sindipetro. Do primeiro casamento nasceu: Carlos Sá Pereira Junior e Carmem Júlia Pereira Lourenço.
Em 2009, Sá Pereira conheceu e ingressou no Partido Comunista Revolucionário – PCR onde permaneceu organizado até o final de sua vida. Diante dessa grave crise do capitalismo, que tem jogado os prejuízos nas costas dos trabalhadores, Sá Pereira gostava de dizer: “só nos resta ir à luta, pois é mais honroso morrer de pé lutando do que viver o pouco resto da vida de joelhos, como escravos modernos a que estamos promovidos”.
O corpo de Sá Pereira foi velado no Recanto da Saudade onde recebeu visitas de diversas lideranças políticas, sindicais, estudantis, amigos e familiares. No momento do enterro, ao final da tarde de domingo, a militância do PCR gritou: Sá Pereira presente, agora e sempre!
Redação Pará