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sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Milei reprime manifestação dos aposentados na Argentina

A polícia de Buenos Aires reprimiu violentamente uma manifestação de aposentados. O protesto foi organizado contra o veto do presidente fascista Javier Milei a um projeto de lei que aumenta a aposentadoria na Argentina.

Wildally Souza | São Paulo – SP


BRASIL – Nesta quarta-feira (28), a polícia de Buenos Aires, a mando do presidente fascista Javier Milei e da Ministra da Segurança Patricia Bullrich reprimiu violentamente uma manifestação de aposentados. O ato se manifestava contra o veto anunciado pelo presidente, a um projeto de lei que altera e aumenta a aposentadoria no país. 

Junto aos aposentados, vários movimentos sociais e partidos políticos se organizaram em frente o Congresso Nacional para iniciar um ato de caminhada pela Plaza de Mayo, onde está localizada a Casa Rosada (sede do Executivo). Os manifestantes foram surpreendidos pela polícia, que com muita truculência usou spray de pimenta, cassetetes, armas de choques e os próprios punhos, para atacar o povo. 

O que é o projeto de lei vetado por Milei?

Aprovada na semana passada por uma ampla maioria no Senado (61×8), a nova Reforma da Previdência projeta uma mudança na formulação das pensões de forma móvel e a variação média dos salários formais, um ajuste de 8,1%, correspondente à diferença entre a inflação de janeiro e o ajuste de 12,5% concedido por decreto governamental, e um aumento de $17.000 pesos argentinos para o salário mínimo vital.

Apesar de não contemplar efetivamente os interesses dos trabalhadores e operários aposentados, que reivindicam uma aposentaria que os tirem da pobreza e que não seja um bônus salarial, além de uma moratória estendida e a suspensão da dívida pública, os aposentados viram nessa reforma um alívio perante as atrocidades que os acometem desde o início do mandato do atual presidente. 

Segundo Javier Milei, “o projeto aprovado pelo Congresso tem como único objetivo destruir o programa econômico do governo”. Como sabemos, o programa econômico de Milei é a manutenção do capitalismo. Desde o início do seu mandato, o povo pobre tem enfrentado a carestia, a fome e o desemprego no país. 

Aumento da pobreza

As políticas econômicas e os cortes estatais feitos pelo fascista Milei, estão aumentando as taxas de pobreza e o número de argentinos que não conseguem pagar o aluguel e se encontram em situação de rua tem crescido drasticamente desde 2023. 

De acordo com uma pesquisa do Observatório da Universidade Católica da Argentina, a taxa de pobreza subiu de 44,7% no final de 2023 para 55,5% em junho deste ano no país. Os dados também apontam para um aumento de 17,5%, de pessoas em estado de extrema pobreza e que não têm acesso a pelo menos 3 refeições no dia. Isso significa o dobro em comparação com a última pesquisa realizada no país, e representa mais de 8 milhões de argentinos nessas condições. 

No início deste semestre, a Prefeitura de Buenos Aires divulgou um relatório, apresentando que o número de pessoas em situação de rua na capital argentina aumentou 14% entre abril de 2023 e abril de 2024. Ou seja, mais de 4 mil pessoas sem casa espalhadas pelos metrôs, praças, e na frente das lojas da maior cidade do país.

O levantamento ainda aponta que pessoas em situação de rua na capital cresceu 56% nos últimos três anos. Em 2021 foram registradas 2.573 pessoas usando as ruas como lar temporário; em 2022, 2.611; em 2023, um salto absurdo para 3.511; e, neste ano, 4.009 pessoas.

Apesar da seguridade que apresentou a prefeitura sobre esses dados, diversas organizações sociais contestam os dados e garantem que o número é muito maior e passa de 8 mil. Dados divulgados pelo jornal Clarín no início do ano apontam para 1.200 pessoas vivendo somente no metrô de Buenos Aires.

Os aposentados, por sua vez, foram impactados drasticamente pelo governo de Milei. Dados do Centro Estratégico Latino-Americano de Geopolítica (CELAG) revelam que entre novembro de 2023 e agosto de 2024, cada aposentado que recebe o salário mínimo no país argentino acumulou uma perda de 704.000 pesos argentinos, equivalente a 2,4 aposentadorias mínimas. Isso significa que, nos últimos nove meses, os aposentados receberam o equivalente a apenas seis meses e meio de pensão. 

As medidas de Milei, eleito com apoio e financiamento do imperialismo norte-americano, tem empurrado a população argentina cada vez mais para a extrema pobreza. Em paralelo a isso, a burguesia do país tem se beneficiado com os projetos de privatizações do atual presidente. 

A Argentina está sendo um laboratório do fascismo na América Latina, com Javier Milei enquanto principal representante, a partir da repressão aos movimentos sociais. 

A classe trabalhadora e operária argentina já reconhece que o inferno do imperialismo norte-americano está aberto, e sua luta tem colocado que só a mobilização popular e a vitória da sociedade socialista contra a infâmia capitalista tem condições de derrotar a fome, o desemprego e a falta de moradia.

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