Reunindo trabalhadores da educação federal de todo o país, congresso do Sinasefe marcou uma virada de rumo na orientação do sindicato. Eleição da nova direção da entidade foi marcada pela vitória da chapa de oposição classista, com a participação do Movimento Luta de Classes (MLC)
Ésio Melo | Maceió (AL)
Com o tema “Fortalecer o Sinasefe para Enfrentar a Precarização da Educação Pública e a Política Neoliberal”, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) realizou seu 36º Congresso entre os dias 05 e 08 de setembro, em Brasília (DF).
O evento, que contou com a presença de mais de 700 participantes, elegeu a nova direção colegiada para o biênio 2024-2026, além do Conselho de Ética e do Conselho Fiscal. O Movimento Luta de Classes (MLC) compôs a chapa vitoriosa, intitulada “Sinasefe Classista, Independente, Democrático e de Luta”, que recebeu 151 votos.
“O Movimento Luta de Classes conquistou uma grande vitória. Compusemos a chapa mais votada do congresso e recebemos diversas manifestações de apoio e respeito ao nosso trabalho e à nossa luta, demonstrando a importância da nossa articulação em defesa educação pública. Saímos desse congresso com duas pastas muito importantes: de Formação Sindical e Secretaria Geral. Com toda certeza, vamos pautar a construção de um sindicato classista, independente e que consiga cobrar do governo federal o cumprimento dos acordos da greve, que, até agora, passados dois meses, ainda não foram entregues. Vamos continuar nas ruas e nas lutas para derrubar o arcabouço fiscal, para derrubar a reforma do Ensino Médio”, afirmou a docente do IFRJ, Roberta Cassiano, coordenadora-geral do Sintifrj.
Esse congresso do Sinasefe foi o primeiro realizado desde a aprovação da paridade de gênero dentro da entidade e se destacou pelo protagonismo das mulheres, que foram a maioria no evento, como também serão na gestão. Das 27 diretorias, 19 são ocupadas por mulheres.
“Conseguimos grande destaque no 36º ConSinasefe, elegendo duas mulheres indígenas para ocupar a Diretoria Nacional, além de um companheiro indígena e uma mulher negra para o Conselho de Ética. É muito importante destacar que isso só foi possível devido à forte aliança que o MLC tem construído com o movimento de mulheres e com os povos indígenas, apoiando todas as pautas, em todas as instâncias do sindicato. Estamos presentes no sindicato, lutando contra a opressão e contra o capitalismo”, afirmou a docente do IFMA, Katiúscia Tupinambá, eleita secretária-geral do Sinasefe pelo MLC.
Yuri Buarque, presidente do Sintietfal e membro da Coordenação Nacional do MLC, destacou o rápido crescimento e avanço da corrente sindical dentro do Sinasefe. “Em 2018, éramos apenas três companheiros do MLC, que nos conhecemos ali e, sequer, participamos de nenhuma das chapas inscritas. Esse trabalho combativo, essa linha política acertada, comprometida com as pautas da categoria e com as lutas da classe trabalhadora, fizeram com que o MLC fosse reconhecido pela categoria. Agora, junto com as companheiras e os companheiros do coletivo “Sinasefe para Lutar”, fomos a chapa mais votada do congresso.
O crescimento do Movimento Luta de Classes se deu, principalmente, a partir da grandiosa greve deste ano, que durou três meses, mas também pela atuação combativa do Movimento no próprio congresso. Bárbara de Almeida, servidora do IFMS, conheceu a Unidade Popular e o MLC durante o evento.
“Estive no 36º Congresso do Sinasefe e me senti muito representada no discurso de um rapaz que, até então, não conhecia. Minha colega que me disse: “Esse é o Léo Péricles, da UP”. Após o término da mesa, fiz questão de parabenizá-lo pela fala e, então, fui convidada para conhecer o MLC na reunião que teria à noite. Tudo muito inesperado, mas, quando cheguei lá, fiquei impressionada pela unidade e a coesão de todas as pessoas presentes. Muito alinhados com os princípios socialistas, que também acredito, para transformar a sociedade”, afirmou a servidora.
Ao final, o MLC sai fortalecido do congresso, passando a ter atuação em 11 diferentes seções sindicais e com muitos desafios pela frente. “A gente agradece o apoio e a construção coletiva e reforça nossa disposição em continuar nosso trabalho enquanto coletivo reconhecido pela combatividade e que não aceita posição de subserviência a patrão nenhum, seja ele qual for”, conclui Roberta Cassiano.
Matéria publicada na edição nº 300 do jornal A Verdade
Parabéns!
Que seja feito o melhor por nossa classe!!
Desejo muita sabedoria para lidar com as adversidades que por certo virão.
Excelente trabalho!!