Milhares de venezuelanos continuam caminhando nas ruas de Caracas para se despedir do presidente Hugo Chávez. Correspondentes estrangeiros admirados com a adoração do povo venezuelano a Chávez perguntam as pessoas que passam horas nas enormes filas a razão de estarem ali e recebem repostas que o deixam ainda mais surpresos: “Não importa o tempo. Se fosse necessário, ficaria 20 mil horas na fila”, disse o trabalhador José Luís Paredes, 45, acompanhado da mulher e de dois filhos, de 6 e 10 anos. Outro trabalhador declarou “estamos chorando mas com o punho fechado.
A venezuelana Kehisber Diaz, 46, enfermeira, enfrentou uma fila quilométrica para ver o corpo do Comandante. Acompanhada de familiares e amigos, após 24 horas ela conseguiu chegar ao caixão do presidente Chávez. Enquanto assistia ao funeral de Estado por um telão instalado na frente da Academia Militar, onde o corpo está sendo velado, falou a imprensa: “Ele [Chávez] sacrificou a vida por nós, venezuelanos. Por isso ele merece que a gente venha aqui e espere o que for necessário para vê-lo”.
De fato, em 14 anos, o presidente Hugo Chávez nacionalizou multinacionais como a Cargill, colocou a petroleira PDVSA sob controle popular e estatizou empresas agroindustriais, metalúrgicas e de construção civil.
Além disso, a mortalidade infantil foi reduzida de 25 por 1.000 crianças para menos de 13 por 1.000; 96% da população passou a ter acesso à água; de 18 médicos por 10.000 habitantes, agora são 58; 13.721 clínicas médicas foram construídas nos bairros pobres (crescimento de 169,6%) e 350 mil casas populares foram entregues.
Por essas razões, o povo chora e lamenta a morte de Hugo Chávez.
A cerimonia de despedida de Hugo Chávez se realizou no dia 8 de março ante a presença de chefes de Estado de governo de dezenas de países e teve início com o Hino Nacional tocado pela orquestra sinfônica de Simon Bolívar. Na ocasião, falando em nome do povo venezuelano, Nicolas Maduro fez um emocionado discurso: “Comandante não puderam contigo nunca e não poderão também conosco. Não houve em nossa história um líder do nosso país mais insultado e atacado mais violentamente do que o nosso comandante em 200 anos. Nunca se mentiu tanto sobre um homem (…), mas não conseguiram. “Aqui está invicto, um puro e transparente, verdadeiro, que vai viver para sempre, para sempre (…) aqui você comandante, com os seus homens, de pé, todos os seus homens leais e mulheres como nós te juramos, lealdade além da morte. “
Ainda no dia 8 de março, enquanto seguia as homenagens ao líder venezuelano, Nicolas Maduro, assumiu a presidência do país e prestou juramento na Assembleia Nacional.
Novas eleições para presidente serão realizadas na Venezuela em 14 de abril.
Da Redação