O agronegócio é a versão moderna do latifúndio colonial. Completamente integrado ao mercado internacional, o agronegócio funciona como um enclave produtivo no território nacional. Como tal, tem pouco ou nenhum interesse com o abastecimento e o desenvolvimento do país. Enquanto este for o modelo dominante do campo, o aumento dos preços dos alimentos em meio ao crescimento do setor agropecuário não será uma contradição. Ao contrário, é o resultado esperado.
Há anos, a sociedade brasileira vem sendo chantageada pelo discurso de que “não há dinheiro” para as medidas necessárias ao combate da crise e do desemprego. Entretanto, esse argumento não se sustenta do ponto de vista técnico e é usado politicamente para implementar reformas reacionárias.
Na cidade de São Paulo, o percentual de comprometimento da renda chega a 62,85%. O pacote de arroz de cinco quilos, que há dois anos custava em torno de R$ 12,00, em janeiro estava sendo vendido por R$ 24,02, de acordo com o Procon-SP.
A bolha financeira que vai se formando na bolsa de valores não é sinal de recuperação. É, ao contrário, a preparação para a próxima crise. Uma crise que a política de Bolsonaro e Guedes não apenas alimenta como também reduz os mecanismos para enfrentá-la.
Distante de passar pela justa aposentadoria de trabalhadores assalariados que passaram a vida contribuindo ao Estado brasileiro, as respostas para o problema fiscal no país, portanto, devem pautar a efetiva tributação dos resultados de grandes corporações e o caráter progressivo da taxação para aliviar o peso da carga tributária à população mais pobre. Porém os esforços para tal nunca partirão de decisões políticas de governos associados ao poder econômico.
Mesmo com capitalistas batendo recordes de lucros, estimativas de organismos internacionais, como o Banco Mundial, indicam que a pandemia da Covid-19 deve levar 150 milhões à extrema pobreza até 2021.
Assim como tudo o que é sólido desmancha no ar, o neoliberalismo e sua falaciosa modernização devastam subjetividades e economias por onde passam. Palco de experimentos fracassados, a América Latina sofre os efeitos desse discurso que ao propagar a modernização, na verdade reforça sua servidão em relação aos países centrais.
Com o acirramento da luta de classes, com o estado burguês dominado pelos fascistas, cabe a todos que sonham por um mundo melhor buscar uma unidade coletiva em nome do poder popular e do socialismo.
A luta em defesa do meio ambiente precisa estar intrinsecamente ligada à luta por uma nova sociedade. Uma sociedade organizada não pelo interesse de alguns, mas pelas necessidades da maioria. A mesma maioria que produz tudo o que hoje garante a fortuna de parasitas que propõem um projeto de destruição ao mundo. As mãos dos trabalhadores é a única ferramenta capaz de colocar em prática a sociedade socialista, de homens e mulheres livres da miséria e morte. Produzimos e destruímos muito, nossa natureza é finita e isso é indiscutível. A finalidade da geração de produtos não pode ser mais a produção de lixo e geração de lucro, deve ser a emancipação do povo produzindo produtos que estejam diretamente ligados às necessidades da população e melhoria da qualidade de vida, culminando em uma sociedade justa e igualitária.
O Mercado Livre é mais um exemplo do funcionamento do sistema capitalista e da ideologia da internet democrática, que vende a ilusão do livre mercado, da meritocracia, além da ampla concorrência. Mas que na prática ocorre a concentração de capital e consolidação dos monopólios sem nenhum controle do Estado. Processo que leva a um aumento dos lucros, a uma maior acumulação, ao desemprego e à precarização do trabalho. Seja fechando os pequenos comércios, fechando postos de trabalho, lucrando com a exploração dos entregadores, lucrando com juros abusivos a compradores e vendedores, o Mercado Livre representa um sistema em que um pequeno grupo de pessoas ficam cada vez mais ricos às custas da miséria de grande parte da população.