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domingo, 16 de junho de 2024

Quem era o presidente iraniano que morreu em queda de helicóptero

Os corpos do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, e dos membros da comitiva que morreram em um acidente de helicóptero serão enterrados na quinta-feira em Qom. Raisi era conhecido por fazer parte dos setores mais reacionários da república teocrática iraniana.

Seção estrangeira do jornal Evrensel (Turquia)

Tradução adaptada do turco para o português por Yuri Fidelis, Rio de Janeiro.


INTERNACIONAL – Após a morte do presidente iraniano Ebrahim Raisi, do Ministro das Relações Exteriores Hossein Amir Abdollahian e de sua comitiva em um acidente de helicóptero no dia 19 de maio, foi decretado um luto de cinco dias no país. O Diretor Geral de Propaganda Islâmica da província de Azerbaijão Oriental, no Irã, anunciou que o corpo de Raisi será enterrado na quinta-feira na província de Mashhad.

Ontem (19/05), o presidente Raisi participou de uma cerimônia de inauguração de uma barragem na fronteira entre Irã e Azerbaijão. No retorno ao país, ele estava acompanhado pelo Ministro das Relações Exteriores Hossein Amir Abdollahian e por alguns outros funcionários quando o helicóptero caiu. Após horas de busca, as equipes de resgate chegaram ao local do acidente e foi confirmado que não houve sobreviventes.

Após a confirmação da morte de Raisi, o vice-presidente Mohammad Mokhber foi designado como presidente interino. O vice-ministro das Relações Exteriores, Ali Bagheri Kani, foi nomeado como ministro interino das Relações Exteriores, substituindo o falecido Abdollahian. De acordo com a Constituição iraniana, um novo presidente deve ser eleito no máximo em 50 dias.

Quem era Raisi, presidente reacionário do Irã?

Ebrahim Reisi era o oitavo presidente da República Islâmica do Irã e era membro de uma das facções mais reacionárias da República Islâmica. Raisi nasceu em 14 de dezembro de 1960 no bairro de Noqan, em Mashhad. Aos 20 anos, começou a trabalhar no sistema judiciário da República Islâmica sem ter qualquer formação jurídica, e posteriormente estudou teologia e ciências religiosas em Mashhad e Qom.

Ebrahim Raisi era próximo dos radicais islâmicos Hossein Nouri Hamedani, Abolqasem Khazali e do líder da República Islâmica do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. Ele também era genro do Imam de Mashhad e autoridade religiosa de Alamolhoda.

Desde os anos 1980, Raisi esteve envolvido na execução de opositores da República Islâmica do Irã e foi um dos responsáveis pelas execuções em massa de 30 mil prisioneiros políticos no verão de 1988.

Defensores dos direitos humanos no Irã referem-se a Hossein Ali Nayeri (juiz religioso), Morteza Eshraghi (promotor), Ebrahim Reisi (vice-promotor) e Mostafa Pourmohammadi (representante de inteligência na prisão de Evin) como a “Comissão da Morte” devido à sua responsabilidade nas execuções em massa de 1988.

No verão de 1988, milhares de prisioneiros políticos foram executados após breves interrogatórios. Alguns já haviam cumprido suas penas e esperavam ser libertados, mas nunca alcançaram a liberdade.

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