Na noite deste último dia 06 de abril (já madrugada do dia 07 na Síria), o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou um bombardeio ao território sírio e, em seguida, afirmou: “Chamo todas as nações civilizadas para buscar um fim à matança e ao banho de sangue na Síria”. Com isso, Trump mostra, já em seus primeiros meses de governo, que sua face mais cruel é a da guerra imperialista, e que não vai ficar só no campo das bravatas, das “declarações polêmicas” ou das ações de marketing político. Nove pessoas morreram no ataque, sendo quatro crianças.
O alvo dos 60 mísseis foi a base de Shayrat, em Homs. Na ocasião, foram atingidos aviões, depósitos de combustível e parte da pista de pouso e decolagem da base. Os mísseis Tomahawk foram disparados de dois navios de guerra americanos posicionados no Mar Mediterrâneo. Da base do Exército sírio atingida teriam partido os aviões usados para o ataque que matou 86 pessoas, entre elas, 27 crianças, no dia 04 de abril, mortes causadas por gás sarin. O governo de Bashar al-Assad e a Rússia afirmam que não usaram armas químicas.
As potências imperialistas, entre elas EUA, Rússia e países europeus, querem o domínio territorial e o controle da extração de petróleo do país. Os argumentos para sustentar a intervenção estrangeira são os mesmos já utilizados nas guerras contra o Iraque e o Afeganistão: derrubar um ditador, destruir armas químicas e implantar um “regime democrático”. Quase toda a “comunidade internacional” apoiou o ataque, incluindo o apoio tácito de França e Alemanha, e o apoio entusiasta de Turquia, Arábia Saudita e Polônia.
Fato inegável é que a guerra civil, iniciada em 2011, e as agressões dos países imperialistas já mataram cerca de 470 mil sírios e provocaram o êxodo de outros cinco milhões para diversos países do mundo, segundo estimativas da ONU, o que representa que a nação perdeu um quarto de sua população. Ou seja: quem inevitavelmente sofre as consequências das disputas de poder entre frações das oligarquias locais ou pela ação armada e criminosa das potências imperialistas é o povo, são os mais humildes, os trabalhadores, os idosos, as crianças, as mulheres, que, além de mortas, são particularmente vítimas de violência sexual.
Todas as forças democráticas e progressistas do mundo devem condenar a intervenção imperialista dos EUA na Síria, o uso de armas químicas contra a população civil e não se iludir com os interesses russos e europeus na região. Em meio à mais profunda e extensa crise mundial do sistema capitalista, a guerra, a destruição das forças produtivas e o assassinato indiscriminado serão sempre usados sem qualquer pudor ou “humanismo” pela burguesia internacional para buscar uma saída rentável para seus negócios.
Redação