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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Bancários lutam por reajuste acima da inflação

A reforma trabalhista e a ganância dos banqueiros representados pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) estão colocando em risco vários direitos conquistados com muita luta pelos bancários. É o que afirmam os sindicatos da categoria, em campanha pela renovação do Contrato Coletivo de Trabalho (CCT), cuja data base é 1º de setembro.

Os trabalhadores apresentaram sua pauta de reivindicação aos banqueiros em junho, mas somente em agosto, após várias rodadas de negociação, a Fenaban trouxe uma contraproposta. Nela, se negam a dar aumento real à categoria, apesar dos lucros recordes dos bancos nos últimos meses; não querem discutir garantia de emprego nem a contratação de novos funcionários para as agências com maiores demandas; limitam os valores distribuídos a título de PLR (o que poderia reduzir pela metade seu valor), além de retirem a PLR social na Caixa Econômica.

Os bancos argumentam que estão amparados pela nova legislação trabalhista, aprovada por Temer e pelo Congresso Nacional. Assim, se recusam a se comprometer em não substituir bancários por trabalhadores terceirizados e querem enquadrar os planos de saúde da Caixa e do Banco do Brasil às normas do CGPAR 23 (norma do Ministério do Planejamento Desenvolvimento e Gestão) e às da ANS (Agência Nacional de Saúde) e retirá-los do Contrato Coletivo de Trabalho, o que tornaria insustentável para os bancários a manutenção e custeio desses planos de saúde. Essa medida é totalmente injustificável, uma vez que são planos totalmente sustentáveis e até superavitários.

As assembleias realizadas por todas as bases sindicais, de norte ao sul do país, no último dia 8 de agosto, rechaçaram por unanimidade a proposta da Fenaban. A categoria mostrou força e unidade e compareceu em peso.

Prazo para os banqueiros

Sindicatos e bancos voltam a se reunir nesta sexta-feira (17/08), na sétima rodada de negociação, com a expectativa de que a Fenaban apresente nova proposta de acordo. “Os bancários deixaram claro que não vão aceitar proposta sem aumento real”, afirma a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. “É decepcionante ver como os bancos regateiam com os direitos dos seus empregados, os principais responsáveis pelos excelentes resultados do setor. O lucro dos bancos cresceu quase 34% em 2017. Como podem pensar em não pagar aumento real aos trabalhadores?”, completou.

De fato, mesmo na crise, os bancos continuam com lucros bilionários. Em 2017, os cinco maiores bancos que atuam no país (Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa), que empregam em torno de 90% da categoria, lucraram juntos R$ 77,4 bilhões, aumento de 33,5% em relação a 2016. Só no primeiro trimestre deste ano, eles já atingiram R$ 20,3 bi em lucro, 18,7% a mais do que no mesmo período de 2017.

Além disso, Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil preveem pagar aos seus 194 diretores R$ 1,310 bilhão. Aumento proporcional de 9,2% em relação a 2017, quando 198 diretores receberam R$ 1,2 bilhão. Ou seja, em 2018, cada diretor irá receber, em média, R$ 6,7 milhões. Os dados são da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Dessa forma, os banqueiros não têm nenhuma desculpa para não oferecer um bom aumento aos trabalhadores, a não seu sua enorme ganância.

Da Redação (com informações do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região)

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