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domingo, 22 de dezembro de 2024

Fórum Econômico Mundial: desigualdade de gênero só acabará em 2276. Podemos esperar?

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Estudo do Fórum Econômico Mundial revela que serão necessários 257 anos para a humanidade conquistar a igualdade de gênero entre homens e mulheres no trabalho. As mulheres, porém, não podem esperar.

Por Dani Ramos
Rio de Janeiro


Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

MULHERES – Segundo o relatório anual sobre igualdade no planeta, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial (FEM) no último dia 16 de dezembro, a desigualdade de gênero no local de trabalho aumentou em 2019 e, no ritmo atual, serão necessários 257 anos para se alcançar a paridade entre homens e mulheres. Ou seja, se depender do capitalismo as mulheres trabalhadoras só terão os mesmos direitos que os homens no ano 2276!

O estudo revela, ainda, que levaremos 99 anos e meio para alcançar uma paridade média global, considerando as áreas de saúde, educação, trabalho e política.

Capitalismo gera desigualdades entre homens e mulheres

No mundo, a diferença salarial entre homens e mulheres é de 40%, quer dizer, as mulheres recebem 40%, em média, menos que os homens para desempenhar as mesmas funções. As mulheres também estão menos presentes em cargos de gerência e direção nas empresas.

Porém, se quisermos realimente entender os verdadeiros motivos dessas desigualdades, precisamos refletir mais profundamente sobre a situação das mulheres no capitalismo.

As mulheres são as principais responsáveis pelos trabalhos domésticos e de cuidados com as crianças e idosos, em sua imensa maioria não remunerados, apesar de 30 milhões de lares no Brasil serem chefiados por mulheres.

Falando de Brasil, o que esperar em termos de paridade se o próprio presidente da República defende publicamente que as mulheres devem receber menos que os homens porque podem um dia engravidar? Tal afirmação soa absurda, mas é confirmada na prática pela pesquisa realizada pelo Grupo Regus, que revelou que 62% das empresas não contratam mulheres mães porque elas podem se afastar do trabalho.

Além da dificuldade de acessar melhores postos de trabalho, da dupla ou tripla jornada, as trabalhadoras brasileiras ainda foram as mais prejudicadas pela reforma da Previdência do governo Bolsonaro. De fato, a partir de agora, as mulheres precisarão trabalhar cinco anos a mais para se aposentarem por idade, desconsiderando completamente que a jornada de trabalho feminina vai da hora que acordamos até a hora que deitamos para dormir.

Essa estrutura capitalista, machista e patriarcal, embora já naturalizada por grande parte da sociedade, é uma das bases do sistema de exploração burguês e visa manter sob a mais intensa e cruel opressão a metade feminina da humanidade, dificultando sua organização e luta.

Logo, as mulheres não devem – e não podem – esperar que essa promessa longínqua de igualdade daqui há 257 anos seja cumprida pelos capitalistas.

Nós, trabalhadoras, estudantes, mães, donas de casa, enfim, mulheres brasileiras, sabemos bem que a igualdade só será alcançada através da nossa luta organizada por uma sociedade que não se baseie nas diferenças e onde a vida valha mais que o dinheiro, a sociedade socialista.

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