Ato no Fórum de Justiça em Santo André marca os 3 meses do sequestro e assassinato de Lucas, garoto de 14 anos que morava a periferia do ABC paulista.
Redação São Paulo
Jornal A Verdade
Foto: Jornal A Verdade
SANTO ANDRÉ – Em novembro de 2019, Lucas Eduardo, de 14 anos, saiu de casa pra comprar refrigerante, na Favela do Amor, periferia de Santo André, no ABC Paulista, e foi sequestrado por policiais militares. Em seguida foi torturado e assassinado. Seu corpo só foi identificado 15 dias depois, encontrado nas águas do Parque Natural Municipal do Pedroso, a alguns quilômetros de onde havia desaparecido. Na manhã dessa quinta-feira, 13, familiares, moradores do bairro e militantes de vários movimentos sociais fizeram um ato em frente o Fórum Criminal da cidade para exigir justiça pelo assassinato do garoto.
Logo nas primeiras horas da manhã, enquanto a Rede de Proteção e Resistência esticava uma faixa com os dizeres “Contra o Genocídio”, alguns trabalhadores que passavam pelo local se aproximaram perguntando o que significava a palavra “genocídio” e “quem foi assassinado dessa vez?”. Isso deixou claro que o povo não aceita mais a situação que o povo negro e pobre do país está submetido. Antes de retornarem para seus postos de serviço, os trabalhadores deixaram seu apoio e solidariedade aos familiares. Isabel dos Santos, tia de Lucas foi a primeira a falar, denunciando o medo que a família tem convivido após sofrer ameaças de represálias pelas denuncias que tem feito contra os assassinos do seu sobrinho, e também lembrou a todos presentes as condições que Maria Marques dos Santos está enfrentando. Maria é mãe de Lucas e foi presa enquanto estava prestando depoimento na delegacia após o desaparecimento de seu filho. A acusação que pesa contra a mãe de Lucas é de tráfico de drogas, mesmo após ter sido absolvida em primeira instância, a Promotoria recorreu e o Tribunal condenou Maria.
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A Unidade Popular também esteve presente prestando sua solidariedade. O militante Jorge Ferreira denunciou a estrutura de poder comandada pela burguesia do país para perpetuar a exploração de toda a classe trabalhadora, inclusive através do encarceramento em massa e genocídio do povo negro. “É necessário refletirmos à quem serve essa estrutura comanda por senhores ricos, que condenam Marias e Lucas no Brasil inteiro. Precisamos construir uma sociedade que os juízes e juízas tenham compromisso com o povo e não com uma minoria de pessoas milionárias. Precisamos sair daqui com a força de tantas Marias que lutam por justiça para seus filhos assassinados e com a tarefa de mobilizar nosso povo para destruir esse sistema”, concluiu Jorge.
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O caso segue até hoje em sigilo decretado pela Justiça, impossibilitando que os próprios familiares tenham qualquer informação sobre as investigações. Os policiais acusados seguem trabalhando administrativamente na instituição.
Estado assassino!
Justiça para Lucas!