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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Tercerização agrava caos na saúde e educação de Viamão

André Luís Ferraz Schulz
Militante da UP e do MLB – Viamão

Foto: Vilson Arruda


VIAMÃO (RS) – As condições de trabalho dos trabalhadores que higienizam as unidades de básicas de saúde (UBS) e escolas em Viamão (RS) são precárias, visto que os mesmos são contratados por empresas terceirizadas. Entretanto, desde novembro a situação destes trabalhadores está insuportável, já que eles estão sem receber seus salários em dia, assim como VTs, VRs, décimo terceiro e FGTS. A gestão André Pacheco/Valdir Elias Russinho (MDB) não tomou nenhuma medida para defender os trabalhadores terceirizados, que em sua maioria são mulheres, e que não abandonaram seus postos de trabalho mesmo sob estas condições.

Após determinação do TJ-RS no dia 12, o Prefeito André Pacheco, cinco secretários, o procurador-geral Jair Mesquita e o vereador Sergio Angelo (PV)  foram afastados de suas funções por suspeita de corrupção (leia em A verdade 225). As acusações envolvem fraudes em licitações com essa mesma empresa terceirizada que explora as trabalhadoras para obter mais lucro. Uma ordem judicial liminar, obtida pelo tribunal de contas do município determinou a suspensão de contratos e substituição da empresa.

Com a notícia de que serão cancelados os contratos, a empresa ficou com ainda mais com sede de sugar até a última gota de sangue e suor das merendeiras, auxiliares de serviços-gerais que limpam as escolas e as UBS, e trabalhadores da limpeza urbana. A prefeitura afirmou ter repassado R$ 400 mil à empresa, porém, até o dia 10 de março, não houve repasse dos pagamentos às trabalhadoras.

Segundo o Advogado Evaristo Heis o Prefeito Russinho (MDB) disse que, para pagar, só com ação judicial. Portanto, ele não se comprometerá com as trabalhadoras que passam por essas dificuldades. Foi então, que no dia seguinte, as trabalhadoras pararam de trabalhar e fecharam as UBS, isso devido a situação que passam, mas também, devido à solidariedade de classe vinda de seus colegas ­- médicos, técnicos e enfermeiros – que também participaram das mobilizações e paralizações que chamam atenção a esta situação insustentável que coloca essas trabalhadoras na miséria, ao ponto de não terem condições de comprar um almoço e pegar o ônibus para ir ao trabalho. A pergunta é: por que a gestão André Pacheco/Russinho (MDB), não suspendeu os repasses a empresa antes de acontecerem todos esses fatos?

Hoje, após mais de um mês do afastamento do prefeito, a cidade de Viamão, que já vivia um caos muito antes do risco do coronavírus, conta com unidades básicas de saúde e escolas com os serviços de higiene e limpeza totalmente precarizados.

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