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sábado, 9 de novembro de 2024

Carreatas pela volta ao trabalho no RS: o lucro acima da vida

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Carros de luxo demonstram o caráter de classe da manifestação. Foto: Thales Renato/Mídia Ninja

Por Redação Passo Fundo/RS

RIO GRANDE DO SUL – Na tarde do dia 27 de março de 2020, cidades do Estado do Rio Grande do Sul registraram carreatas pela volta do trabalho no Brasil, baseado no discurso proferido pelo Presidente Bolsonaro em rede nacional no dia 25 de março, na qual o mesmo defendeu ignorar as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e que o Brasil deveria voltar com as atividades econômicas, mesmo com a pandemia ganhando força no país, justificando que a economia não pode parar e que os meios de comunicação estão espalhando o terror, e que na realidade o COVID-19 não passa de um “gripezinha”. O que Bolsonaro justifica dizendo que a “economia não pode parar”, nada mais é que a defesa da economia burguesa, do lucro dos patrões acima da vida dos trabalhadores, já que o COVID-19 está longe de ser apenas uma “gripezinha”, e que ao redor do mundo já matou mais de 34.000 pessoas (dados do dia 30/03/20).

Essas carreatas foram chamadas por simpatizantes do fascista Bolsonaro, e também por grandes empresários e latifundiários da região, pedindo a reabertura do comercio e o isolamento apenas vertical da população, isto é, isolando apenas idosos, pessoas do grupo de risco e infectados com sintomas da doença. Ou seja, defendem a aglomeração dos trabalhadores nos coletivos urbanos, nas fabricas e no comércio.

Em Passo Fundo, maior cidade do Norte do Estado do Rio Grande do Sul, os empresários lançaram um manifesto defendendo a total abertura comercial, ignorando inclusive o decreto municipal e estadual de isolamento, e justificando a carreata empresarial. Esta teve seu início em frente a loja da Havan, que pertence ao empresário bolsonarista Luciano Hang, e percorreu a principal avenida da cidade, não sendo bem aceita tanto pela população, quanto pelas instituições da cidade.

Já em Porto Alegre, capital do Estado e que já conta com mais de 100 casos, a mesma carreata percorreu as principais ruas da cidade, sendo alvo de repreensões por boa parte da população, que os receberam com panelaços, xingamentos de assassinos e palavras de ordem como “Fora Bolsonaro”. Na mesma carreata, um dos carros presentes tinha em sua traseira a frase “eu pago teu salário”, revelando mais uma vez o caráter classista e anti-trabalhador da manifestação.

Esta crise global demonstra mais uma vez que nós trabalhadores somos de fato responsáveis por mover a economia, e que sem nós a classe burguesa não é capaz de produzir nada. Já é visível o desespero dos patrões pela volta do trabalho, a ponto de querer tirar até mesmo nossa vida em detrimento de seu lucro.

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