INSÔNIA
Antes do estopim e do grito
Que leva às flores e armas
Há um motivo, um prelúdio:
Todos esperam o choque
O Trabalho desgasta
Desestrutura Familiar
Vida passageira descartável
Como móveis importados
Sociedade solta no Divã
Planejada por narcóticos
A rotina é pesada
Rebenta fleumas, derrames
Dilacera artérias, contusões
A catarata é mais um artifício
Seria a solução o Suicídio?
A Sociedade sísmica
Luta, resiste, engaja
Os efeitos colaterais
Hão de pichar os muros
E pedir o Manifesto
Dos Josés e Marias
E posto o Manifesto nas ruas
Nada estanca a ação do povo
Nem os sermões ou canhões
Que conservam nossa miséria
E tudo isso é inevitável
É o nosso Capital descontente
Investido, acumulado de angústia
Pois, hoje, temos grave insônia
Do belo e novo amanhã