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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Bolsonaro veta R$ 8,6 bilhões para combate a coronavírus

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CONTRA OS POBRES – Prioridade de Bolsonaro é salvar os bancos. (Foto: Gabriela Bilo)

Caso o veto não seja derrubado pelo Congresso, todo esse dinheiro, que poderia ser utilizado para mais testes para a população, respiradores, leitos de UTI, para construir outros hospitais de campanha e fornecer cestas básicas para as famílias pobres, será torrado pelo governo no pagamento de juros da dívida pública.

Por Heron Barroso
Rio de Janeiro

BRASIL – Em mais uma medida desumana, o presidente Jair Bolsonaro vetou o uso do saldo restante do Fundo de Reservas Monetárias, cerca de R$ 8,6 bilhões, para o combate ao novo coronavírus. A utilização desse recurso havia sido aprovada em maio pelo Congresso Nacional.

A desculpa do governo para o veto é que a decisão do Congresso viola a Constituição, a mesma que Bolsonaro desrespeita seguidamente em seus pronunciamentos e atitudes golpistas. Porém, como o assunto é destinar recurso público para a saúde, e não para os bancos, o ex-capitão usa a legislação para barrar a medida.

Agora, caso o veto não seja derrubado pelo Congresso, todo esse dinheiro, que poderia ser utilizado para mais testes para a população, respiradores, leitos de UTI, para construir outros hospitais de campanha e fornecer cestas básicas para as famílias pobres, será torrado pelo governo no pagamento de juros da dívida pública.

Essa não é a primeira medida de Bolsonaro a favor dos bancos nessa quarentena. Em março, o governo já havia enviado ao Congresso o chamado “Orçamento de Guerra”, que, entre outras medidas, visava legalizar a imoral remuneração da sobra de caixa dos bancos. A equipe econômica de Bolsonaro também fez de tudo para dificultar a liberação do auxílio de 600 reais para socorrer os milhões de trabalhadores informais, autônomos, microempreendedores, donas de casa, idosos e pessoas com deficiência na fila do INSS e desempregados em dificuldade financeira devido à quarentena.

A verdade é que Bolsonaro e seu governo estão de mãos dadas com o capital financeiro. Falta-lhes vontade política para aplicar as medidas necessárias para socorrer as principais vítimas da crise do coronavírus e salvá-las da fome e da Covid-19. O presidente e seus ministros falam muito das consequências da quarentena para a economia, mas esquecem-se – ou se negam a reconhecer – que a maior crise é a da fome que já bate na porta dos trabalhadores brasileiros, e que é papel do governo prover as condições necessárias para que o povo se mantenha com dignidade durante o isolamento social.

Porém, não se pode esperar nada de humano desse governo. É um governo de fascistas, de banqueiros e generais a serviço dos interesses egoístas de uma minoria de super-ricos, o 1% da população que concentra praticamente toda a riqueza do país. Quanto mais cedo o povo brasileiro se livrar dessa canalha, mais rapidamente encontrará uma saída para a crise que corresponda a seus interesses de viver em um país verdadeiramente justo, democrático e fraterno.

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