Redação Rio Grande do Norte
Jornal A Verdade
NATAL (RN) – A cidade recebera uma nova obra, o mural localizado na Av. Deodoro da Fonseca que homenageava luta do povo negro contra o racismo e o fascismo. Artistas potiguares tinham inaugurado o mural no último final de semana, a obra além de falar de personalidades negras, como Malcom X e Marielle Franco, denunciava também as vítimas do genocídio que sofre o povo negro, como João Pedro, jovem de 14 anos morto dentro de casa.
Além de falar da luta antifascista que o povo tem realizado contra a tentativa do Governo Bolsonaro de instaurar uma ditadura. Mas na manhã de segunda feira o mural foi destruído. Usando uma tinta branca, um grupo apagou todos os grafites, em um ataque claro ao movimento negro.
Em uma cidade cercada de homenagens ao integralista Câmara Cascudo, que leva em várias ruas nomes de escravocratas, chegando a ter uma ponte com o nome de um dos ditadores do regime militar fascista implantado em 1964, ter um grafite que contava a história que a história não conta é mais do que necessário.
A arte cumpre um papel importante na resistência popular, por isso em vários momentos sofreu censura e perseguição. Essa foi mais uma tentativa de tentar apagar a história de luta do povo negro, que nunca baixou a cabeça para a escravidão. Desde cedo, organizou quilombos para enfrentar o regime, e atualmente segue lutando firme como deixaram claro os levantes que estão acontecendo nesse exato momento no mundo inteiro.
Os fascistas e racistas que nunca pararam de atacar nossos direitos e nossa cultura podem se esforçar ao máximo, mas serão esmagados pela pressão popular. Nenhuma tinta branca vai apagar a nossa história que segue sendo pintada com luta e sangue daqueles que tombaram para defender uma sociedade mais justa.
O povo segue firme seguindo os exemplos de luta daqueles que com garra enfrentaram o fascismo e o racismo. Seguimos o exemplo de Dandara e Marielle, duas mulheres negras que em épocas diferentes enfrentaram de cabeça erguida o racismo. Seguimos o exemplo de Emmanuel Bezerra, potiguar assassinado pela ditadura militar. Continuamos na luta construindo uma arte popular e organizando nosso povo para fazer o morro descer.