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domingo, 22 de dezembro de 2024

Distopias: a face literária de um capitalismo em decomposição

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DISTOPIAS – Gênero literário revela a face mais podre do sistema capitalista. (Foto: Reprodução/Odyr Bernardi)
Pedro Ian

MAUÁ – Distopias correspondem a um gênero literário no qual, é retratado um futuro, onde as maiores mazelas existentes no seio da nossa sociedade são multiplicadas em dezenas de vezes, se tornando evidentes. Além disso o gênero da distopia, comumente tem suas histórias e enredos desenvolvidos numa sociedade extremamente avançada tecnologicamente.

Essas histórias nos fazem pensar sobre como o sistema capitalista é absurdamente desigual, e alguns autores de destaque, como o estadunidense Phillip K Dick, conseguem, em suas histórias, encontrar paralelos assustadores de um mundo completamente degenerado e o nosso.

Em sua obra “Homem do Castelo Alto”, Phillip retrata um mundo onde a corja nazista vence a guerra, neste vemos com clareza alguns elementos do nazifascismo que talvez a história tenha acobertado. No livro personagens consomem drogas, e interagem uns com os outros de forma muito natural, a questão da sexualidade parece ter sido superada, porém tudo isso acontece apenas para os arianos e japoneses, mais exatamente os ricos. Nativos americanos não existem mais, e negros voltam a condição de escravos. A semelhança com a democracia burguesa e até ao sionismo israelense é escancarada.

Outro exemplo é “Fahrenheit 451”, que retrata uma sociedade onde o simples ato de ler é visto como desvio subversivo e considerado um ato ilegal. Neste escrito de Ray Bradbury, horrorizado com a queima de livros realizada pelos nazistas poucos meses após Hitler chegar ao poder em 1933, escreve sobre um mundo onde o conhecimento é ilegal aos mais pobres, no entanto os ricos continuam lendo, claro que escondidos e incentivando leis que reprimam ainda mais aqueles que querem que o conhecimento seja universalizado. O livro termina com o autor demonstrando a queda de uma ogiva nuclear em um apartamento, fruto de uma guerra imperialista movida pela ganância dos mais ricos.

Ideólogos burgueses tentam criar paralelos destas leituras com experiências socialistas, estados populares e guerras antiimperialistas, mas a classe trabalhadora com consciência de classe terá cultura para identificar esses discursos, que são promovidos pelo inimigo para limpar a própria pele, saberá apreciar a arte e sonhar com um mundo mais justo, sem cair em oportunismos e desvios burgueses. Existem ainda autores do gênero que são financiados pelo grande capital, pela CIA, pelo MI6 e por outros órgãos imperialistas, para desenvolverem textos que ataquem experiências socialistas. É o caso do autor britânico, George Orwell, que como explica a jornalista Frances Stonor Saunders em seu livro “Quem Pagou a Conta”, foi financiado, assim como outros, pelas agências de espionagem norte-americanas e britânicas.

ANTICOMUNISTA – Escritor de distopias, George Orwell alimentou o arsenal literário burguês decadente após ser financiado pela CIA e pelo MI6. (Foto: Reprodução/Arquivo)

O texto de Orwell além de ser de baixa qualidade, ser pouco criativo e não desenvolver nenhum personagem de acordo com um dos maiores autores de ficção científica Isaac Asimov, criou um imaginário absurdo, recheado de mentiras sobre a antiga União Soviética do período de José Stálin, seu texto é usado até hoje por liberais como uma suposta referência para se falar sobre Stálin e a União Soviética.

As distopias são fruto de mentes horrorizadas e adoecidas com as desigualdades e absurdos provocados pelo sistema que os governa, lê-las nos faz sentir raiva e repulsa, sentimento esse que deve se tornar ódio de classe, e ser direcionado aos inimigos da classe trabalhadora, pois tantos nos livros quanto na vida real o inimigo é sempre o mesmo, só muda de nome. A revolução destruirá a distopia que vivemos e passaremos a viver sobre a realidade do socialismo.

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