O Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas (MLB), o Movimento Luta de Classes (MLC) e a Unidade Popular (UP) compõe o Movimento que luta pelo Metrô na região.
Lucas Marcelino
SÃO PAULO – O Movimento “Metrô Brasilândia Já!” está organizando um ato para hoje (05), como protesto pela paralisação das obras da linha 6-Laranja, que já dura quatro anos.
Os grandes bairros e favelas populares da Zona norte, como “Brasilândia” e “Freguesia do Ó”, são carentes de transportes, não possuem linha de metrô, são distantes das estações do trem da CPTM e a rede de ônibus não interliga os bairros, de forma que um trajeto que de carro demora 20 minutos, de ônibus demora 1 hora devido à necessidade de realizar baldeações. Portanto, o metrô da Zona Norte é imprescindível para a população.
Apesar disso, as obras da linha que atenderia a região estão paralisadas há quatro anos pelo descaso do governo do estado e do projeto privatista que prioriza o lucro das empresas e não a necessidade do povo.
A versão oficial pelo atraso das obras que deveriam ser realizadas pelo Consórcio “Move São Paulo” é que este não conseguiu empréstimos para o empreendimento. Ora, se não tinha dinheiro, como conseguiu ganhar a licitação? Lembremos, ainda, que o consórcio é formado por empresas investigadas na Operação Lava-Jato e que a licitação foi disputada apenas por 1 concorrente. Citemos, ainda, que o trecho era formado por 15 estações – número alto e bem superior ao normal por trecho – o que ocasionou na dificuldade de empresas brasileiras participarem da licitação.
A verdade é que a empresa queria financiamento do Estado e usar somente dinheiro público para as obras. O plano era que o Estado de São Paulo entrasse com os 50% por contrato e o restante fosse empréstimo do banco público BNDES.
Portanto, só constroem com 100% de dinheiro público, com juros baixíssimos, prestando serviços ruins, super explorando os trabalhadores e aumentando a passagem. Ou seja, o público entra com o trabalho e o dinheiro e o privado com a exploração e super lucros.
Em uma movimentação financeira no mínimo estranha a empresa espanhola Acciona comprou o contrato da Move São Paulo.
Porém, a empresa tem histórico de desistência de obras, a exemplo do metrô de Fortaleza em 2015 e do Rodoanel no Trecho Norte, o que causa grande preocupação aos moradores.
O movimento declara que o modelo privatista não serve ao povo. “O que efetivamente vai resolver as necessidades populares é um metrô 100% público e de qualidade, gerido pela Companhia do Metropolitano, empresa pública que tem a expertise e é responsável pelas linhas públicas de metrô na cidade.
Por isso, no próximo dia 05/09 a Unidade Popular, o Movimento Metrô Brasilândia Já e os moradores da Zona Norte da capital estarão no ato em repúdio à paralisação das obras da Linha 6-Laranja e defendendo um metrô público.
O ato será em frente à Igreja Santo Antônio da Brasilândia, na rua Parapuã, 1903 e é muito importante a participação de todos. Transporte não é mercadoria.”