Uma marca comum das prefeituras paulistas e que Jonas Donizette (PSB) segue trilhando em conjunto é a maior militarização da Guarda Municipal. Assim como essas e outras medidas, a afirmação que seu governo reacionário é de “centro-esquerda” é contraditória.
Erick Padovan e Allan Cassoli
CAMPINAS (SP) – Há tempos, a cidade, recentemente titulada como metrópole, é dirigida por governos conservadores.
Um panorama de duas gestões de Jonas Donizette (PSB) revela um governo conservador, apesar do Prefeito ter se declarado de “centro-esquerda”. Para ganhar popularidade em cima de Bolsonaro, a gestão tentou implantar escolas militares e travou a administração em casos de corrupção, como da “Ouro Verde”, ao qual o secretário da saúde Silvio Bernardin foi preso pela Grupo de Atuação Especial de Combate ao Grime Organizado (Gaeco).
Mais detalhes da administração de Donizette revelam que o prefeito não resolveu o déficit de creches na cidade que já é histórico.
A administração de dois mandatos aumentou consecutivamente as tarifas do transporte coletivo (sendo a tarifa mais cara do Brasil, à frente de todas as capitais). Sua gestão também foi marcada por ataques diretos aos ciclistas, não garantindo seu direito de ir e vir.
Uma marca comum das prefeituras paulistas e que Jonas Donizette (PSB) segue trilhando em conjunto é a maior militarização da Guarda Municipal. Assim como essas e outras medidas, a afirmação que seu governo reacionário é de “centro-esquerda” é contraditória.
Anteriormente, a cidade viveu duas gestões sob o governo de Hélio de Oliveira Santos (PDT) que, apesar de ter implementado uma série de políticas públicas sociais e populares, se envolveu em uma grave crise de corrupção e, inclusive, sofreu impeachment, onde tal qual no governo federal, o corruptor figurava em seu ambiente familiar.
Campinas tem problemas estruturais com as nomeadas “máfias” (ônibus, lixo, saúde). O aparelhamento do poder público utiliza de partidos de direita para eleger candidatos que chegam ao poder com o objetivo de favorecer empreendimentos de empresas capitalistas e os mais ricos.
O menor rompimento ou até mesmo uma mudança mínima na correlação de forças na cidade termina em eventos trágicos, como o caso de Antônio da Costa Santos “Toninho”, ex-prefeito do Partido dos Trabalhadores (PT), que foi assassinado em 2001.
Ambos os candidatos melhor colocados nas pesquisas em Campinas hoje segundo as pesquisas locais são frutos da mesma árvore governista, que trabalham para manter o aparelhamento das instituições públicas e para as mesmas máfias.
Unidade Popular: “Somos o Recomeço, Somos a Resistência!”
Os exemplos recentes revelam fatos importantes: desde o início da construção da Unidade Popular (UP) na região de Campinas, foi mostrado como é possível ter um partido alternativo para a classe trabalhadora.
“Vemos, diariamente, o interesse do nosso povo em ouvir das nossas lutas, em desmascarar os tantos problemas que a nossa cidade vive que são frutos do perverso sistema capitalista. Somente o rompimento com esse sistema e a construção de um governo popular e socialista é a saída para nosso país.”
O partido segue se construindo através de várias medidas de trabalho de base, os militantes do partido destacam suas principais atividades na venda do jornal A Verdade e nos comícios de rua e trabalhos de organização nos bairros.
“Fizemos brigadas em ônibus, terminais, banquinhas no centro da cidade, iniciamos trabalhos em bairros da região e estivemos presentes nas mais diversas lutas da cidade” – afirmaram os militantes.
O trabalho da Unidade Popular se destacou entre outras forças e acabaram por compor uma frente de esquerda que, até o momento, tem objetivo eleitoral.
“Fruto desse trabalho, também tivemos o convite para compor a frente de esquerda com o objetivo de combater, também nas eleições, o fascismo e o neoliberalismo ao construir uma agenda popular e de esquerda a favor do povo que tanto sofre antes como durante a pandemia. A construção dessa frente se mostra necessária para enfrentar esse momento. Por isso, apoiamos o nome de Pedro Tourinho (PT) e Edilene Santana (PSOL) à prefeitura de Campinas, com a Frente formada por Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL, Unidade Popular Pelo Socialismo (UP) e Partido Comunista Brasileiro (PCB).”
Para a Unidade Popular (UP), “os mandatos não devem servir como status ou como um cargo de alguém que aparece de quatro em quatro anos para pedir voto, mas sim servir como amplificador e participante ativo das lutas sociais e também que lute para romper, junto com o povo, as desigualdades e mazelas do capitalismo pela construção do poder popular e do socialismo”, finalizaram.