“A Associação Independente de Trabalhadoras e Trabalhadores Terceirizados (AIT) surgiu para ser o apoio para a organização da categoria terceirizada já que, de modo infeliz, os sindicatos que representam os terceirizados está controlado por quem foge da luta e anda ao lado dos patrões.”
Biana Politto
Movimento Luta de Classes
SÃO PAULO (SP) – Em defesa dos direitos e para fortalecer a organização de trabalhadoras e trabalhadores terceirizados que vivem na pele uma das experiências mais duras da exploração capitalista sobre o trabalho, foi fundada em 8 de outubro de 2020, no Estado de São Paulo, a Associação Independente de Trabalhadoras e Trabalhadores Terceirizados (AIT). A sigla “AIT” é simbólica porque também ficou conhecida assim a primeira Associação Internacional de Trabalhadores – a 1ª Internacional formada por Marx e Engels em 1864 como ferramenta de luta da classe operária mundial – que inspira a batalha revolucionária dos trabalhadores de todas as gerações até hoje.
A burguesia, os patrões e os grandes empresários utilizam a terceirização para obter lucro extra “economizando” nos salários e nas condições de trabalho. Além de imporem métodos e condições de trabalho que arriscam a vida e causam prejuízos à saúde física e mental, ampliam a jornada como bem entendem; aplicam o banco de horas que, na prática, retira as folgas laborais; alteram data das férias de última hora; reduzem os itens da cesta básica; rejeitam atestados médicos e descontam os salários dos dias em que o trabalhador esteve doente; incluem novas tarefas fora da função estabelecida em contrato; demitem por justa causa sem motivo legal para não pagar as verbas rescisórias; decretam falência mesmo com lucro, para não pagarem o que devem; perseguem e demitem quem se revolta e organiza a luta, ou seja, aplicam um regime de escravidão assalariada por completo.
Diante dessa situação, a AIT surgiu para ser o apoio para a organização da categoria terceirizada já que, de modo infeliz, os sindicatos que representam os terceirizados está controlado por quem foge da luta e anda ao lado dos patrões. Dessa forma, a conquista dos direitos fundamentais só será possível através da organização, da resistência, de lutas e de greves apoiadas por uma associação independente e combativa.
A AIT também promoverá assistência jurídica trabalhista, realizará análises de contratos entre empresas prestando informações às trabalhadoras que, na maioria das vezes, quando são despedidas, ficam à mercê da vontade do empregador para rescindir o contrato de forma justa. Além disso, oferecerá cursos de formação política e de segurança do trabalho, disponibilizando apoio jurídico às mulheres que sofrem assédio moral precisam receber pensão alimentícia para o cuidado com os filhos – considerando que muitas são mães solteiras.
Por fim, devemos entender que os homens e, principalmente, as mulheres que ocupam esses cargos na sociedade em que vivemos não têm nada a perder, pelo contrário, só tem a ganhar defendendo os seus direitos e, mais adiante, batalhando pela transformação profunda da nossa sociedade. Sobreviver com o mínimo possível, enquanto pouquíssimas pessoas esbanjam e se apropriam das nossas riquezas, não pode ser normal. Por esse motivo, em defesa resistência e da organização das trabalhadoras e dos trabalhadores terceirizados – que são os únicos que podem emancipar a si mesmos – é que foi fundada a Associação Independente de Trabalhadoras e Trabalhadores – AIT.