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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

João Dória quer cortar R$454,6 milhões da ciência

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ANTI-CIÊNCIA – João Dória quer cortar investimentos essenciais para o desenvolvimento científico do Estado. (Foto: Reprodução)
“Além de estudos sobre as faltas de políticas para enfrentar a crise socioeconômica, com o desenvolvimento de pesquisas para combate da violência contra as mulheres, do desemprego e do agravamento dos transtornos mentais.”
Larissa Mayumi

SÃO PAULO (SP) – O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que se diz em defesa da ciência em seus discursos quer tirar R$454,6 milhões da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), um dos principais órgãos de fomento à pesquisa científica e tecnológica do país.

No final de outubro, Doria tentou aprovar texto que retirava R$1 bilhão da FAPESP e das universidades estaduais, como USP, UNICAMP e UNESP. Em vídeo, divulgado pela FAPESP, com o governador ao lado do presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago, Doria reafirma que não cortaria a verba da ciência, dizendo: “Nós não vamos aplicar a Drem, que poderia gerar algum prejuízo a Fapesp. Isso não haverá. E ao contrário, estabelecemos ontem, no Palácio dos Bandeirantes uma produtiva reunião para somar forças e investimentos na pesquisa, na ciência e na tecnologia”.

Ainda assim, nesta sexta-feira (11), a PL 627/2020 foi aprovada no parlamento da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento e será votada nesta semana pelo plenário. O Projeto de Lei aplica a Desvinculação da Receita Orçamentária de Estados e Municípios (DREM), equivalendo a um corte de 30% ao orçamento de R$1,5 bilhão destinado à pesquisa científica e tecnológica.

A FAPESP é o maior órgão de pesquisa no Estado de São Paulo e, uma das maiores agências que tem desenvolvido pesquisas sobre o coronavírus no Brasil, desenvolvendo testes de Covid-19 por saliva, estudos sobre células de defesa e orientando sobre hábitos que podem diminuir as chances de hospitalização em casos de contaminação, indicando fatores de risco para o agravamento da doença. Além de estudos sobre as faltas de políticas para enfrentar a crise socioeconômica, com o desenvolvimento de pesquisas para combate da violência contra as mulheres, do desemprego e do agravamento dos transtornos mentais.

Fica claro com esses exemplos, que ao contrário do que diz em seus discursos, o governador João Doria não defende a ciência e a tecnologia e quer cortar a verba das instituições que mais tem trabalhado para combater a Covid-19, tomando medidas contrárias às que de verdade podem acabar com essa pandemia.

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