No dia 1º de abril de 1964, uma ditadura militar foi imposta ao povo brasileiro. Durante os 21 anos que esse regime fascista durou, 1.202 sindicatos sofreram intervenção, 49 juízes foram expurgados (três eram ministros do Supremo Tribunal Federal); 200 mil pessoas foram presas acusadas de subversão, 6.592 militares foram punidos, 20 mil pessoas foram torturadas, cerca de 10 mil foram mortas e centenas de mulheres foram estupradas no DOI-Codi.
O povo ficou impedido de votar para presidente, governador e prefeito; o Ato Institucional nº 5 (AI-5) foi decretado; o Congresso Nacional, fechado; os direitos humanos foram pisoteados; peças teatrais censuradas, discos recolhidos das lojas, artistas presos e dezenas de atentados terroristas foram perpetrados, com bombas jogadas nas bancas de jornais, nos teatros e na OAB.
O pretexto alegado para o golpe militar de 1964 foi a mentira de que o Brasil tinha um governo comunista. Porém, diversos documentos divulgados por pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV) provam que o objetivo do golpe era depor o presidente eleito João Goulart, aumentar a riqueza da grande burguesia nacional e estrangeira, impedir a reforma agrária e destruir a democracia em nosso país.
Esses mesmos documentos revelaram que, além da CIA e do governo dos EUA, tramaram para impor o fascismo no Brasil grandes e poderosos grupos econômicos, como Ford, GM, Volks, Ultragás, Bradesco, Banco Mercantil, Nestlé, General Electric, Mercedes Benz, Siemens, Light e os grandes meios de comunicação.
Além do terror, a ditadura militar mergulhou o país na maior crise econômica da sua história: 12,5% da população ganhava apenas metade de um salário mínimo, milhares de pequenas propriedades rurais foram destruídas, o desemprego chegou a 12,3% e a dívida externa atingiu 100 bilhões de dólares. A carestia foi tão grande que a inflação chegou a 110% e 25 milhões de menores eram carentes e abandonados.
Os escândalos de corrupção envolvendo generais e altas autoridades do governo eram constantes, a exemplo de contratos para construir três usinas nucleares, o caso Luftalla, escândalo da Coroa-Brastel, Transamazônica, propinas nas obras públicas e caixinha de 600 milhões de dólares para a campanha do general Figueredo.
“Você corta um verso/eu escrevo outro”
Apesar desse regime de terror existente de 1964 a 1985, o povo brasileiro não desanimou e foi à luta. Dezenas de milhares de operários e operárias fizeram greves, camponeses ocuparam terras, estudantes realizaram gigantescas passeatas pelas liberdades democráticas, pela Anistia ampla e contra a ditadura, poetas e artistas continuaram a fazer canções e peças.
Em 1983, mais de 10 milhões de brasileiros e brasileiras realizaram panelaços e grandes manifestações onde cantavam “vai acabar, vai acabar a ditadura militar” e exigiam eleições diretas para presidente.
Em 1985, chegou ao fim essa página infeliz da nossa história; a democracia, que tinha sido roubada do povo brasileiro foi reconquistada. A partir de então, uma nova caminhada se iniciou para conquistar direitos democráticos e sociais, pôr fim à exploração capitalista e estabelecer a democracia popular no país.
Fascistas querem a volta da ditadura militar
Após 36 anos do fim do arbítrio, os fascistas, com novos rostos e nomes, tramam para novamente implantar um regime militar no Brasil. De fato, o ex-capitão Bolsonaro, eleito presidente da República contra a vontade de 89 milhões de eleitores e após se beneficiar do cancelamento do candidato que liderava as pesquisas, quer restabelecer o terrorismo fascista no Brasil. Seu plano autoritário é apoiado por uma rede de empresários corruptos e uma dúzia de generais que desfrutam de polpudos salários públicos e das mordomias dos cargos de ministros e de presidentes de estatais.
Com o objetivo de enganar o povo, dizem que são a favor da democracia. Mas que democracia é essa que só respeita o resultado das urnas se um fascista for o eleito? Que democracia é essa que ameaça e pressiona juízes do STF para eliminar adversários nas eleições?
Que democracia é essa que joga no lixo o voto da comunidade universitária, nomeia interventores para as universidades federais e persegue professores?
Corrupção e genocídio
Os fascistas dizem ainda que são contra a corrupção. Mas como chamar a compra de uma mansão em Brasília por 6 milhões de reais por Flávio Bolsonaro, filho do presidente? E as “rachadinhas”, não é roubo do dinheiro público? Afinal, de onde veio a quantia de 89 mil reais que Fabrício Queiroz depositou na conta da primeira dama? O moderno carro elétrico no valor de 90 mil reais que Jair Renan, também filho do presidente, recebeu de uma empresa com contrato com o Governo foi lobby ou caridade? E a fortuna acumulada de 2,5 milhões de reais e vários imóveis do sr. Presidente foi herança?
Os fascistas estão há mais de dois anos no poder e não conseguiram nem combater o vírus da Covid-19. Sem dúvida, hoje, um em cada quatro mortos no mundo é brasileiro e nosso país vive o maior colapso sanitário e hospitalar da História. Não há medicamentos para intubação nem cilindros de oxigênio em dezenas de cidades, mas sobra cloroquina no Exército. Pior: só após centenas de milhares de mortes pela Covid é que compraram as vacinas. Como se pode trabalhar em paz sem ter sido vacinado?
Injustiça impera no Brasil
Tudo o que esse governo fez é contra os trabalhadores. Implantou uma Reforma da Previdência que acabou com o direito de aposentadoria e eliminou leis trabalhistas. É responsável pela alta dos preços dos alimentos e pela volta da inflação. Nos últimos 12 meses, a batata subiu 48%; o leite longa vida, 21%; o óleo de soja, 88%; o arroz, 69%; a carne, 30% e os combustíveis, apenas neste ano, tiveram um aumento de 47%. Como se não bastasse, dilapidou a Petrobras e vendeu a preço de banana ao capital estrangeiro a refinaria Landulpho Alves, na Bahia.
Outra obra do governo é o desemprego. Dados do IBGE revelam que 13,5% da população está desempregada; trata-se do maior índice desde 2012. No Nordeste, a taxa de desemprego é ainda maior: 16,7%. Mesmo assim, negou o auxílio emergencial durante meses e reduziu seu valor para 150 reais, além de excluir 22 milhões de pessoas vulneráveis.
Além do mais, os salários nunca estiveram tão baixos: o salário mínimo é de apenas R$ 1.100,00, mas, de acordo com o Dieese, o mínimo necessário para atender as necessidades do trabalhador deveria ser R$ 5.375,00.
Para se eleger, disse que acabaria com a violência no país. Mentiu! A insegurança é uma constante e o tráfico de drogas e as milícias dominam vários bairros e favelas. Nunca foi tão grande o racismo e a violência contra os negros e as mulheres, das quais, cinco são vítimas de feminicídio a cada dia. tem mais: promove o machismo e incentiva o racismo. A “grande solução” do governo para a violência é liberar a compra de armas. Ora, o trabalhador não tem dinheiro para comprar leite para seus filhos ou carne para o almoço, como vai comprar uma arma?
O governo trata os pobres dessa forma para beneficiar uma minoria de ricaços. Em cinco meses, o patrimônio de 42 bilionários brasileiros aumentou 176 bilhões de reais. Enquanto isso, de acordo com o IBGE, no final de 2020, 52 milhões de brasileiros viviam na pobreza e 13 milhões na extrema pobreza.
Basta!
Este é o governo da injustiça! Nega a democracia; nega direitos ao trabalhador e nega a ciência: foi contra o uso de máscaras e as vacinas. Transformou o Ministério da Saúde num brinquedo seu e dos seus filhos. Consequências: 10% das mortes de Covid do mundo ocorreram no Brasil, e o país tem somente 2,7% da população mundial. O Brasil é o país em que mais bebês morreram de Covid, 10 vezes mais do que nos EUA. Isso é saber governar? Não! Isso é um completo fracasso na gestão pública.
Trabalhadores e trabalhadoras, até quando vamos suportar esse governo? Vamos esperar 500 mil brasileiros morrerem de Covid? Basta! Com esse governo genocida, nossas crianças não terão nenhum futuro.
Pasmem: este tirano quer que o Exército, que considera sua propriedade privada, promova um golpe militar e implante um regime fascista. Acha que suas milícias e uma dúzia de generais podem mais que todo um povo unido, que milhões de trabalhadores e trabalhadoras decididos a construírem uma pátria soberana, independente e livre. Ledo engano! Serão outra vez derrotados.
Trabalhadores e trabalhadoras, jovens, estudantes, artistas, todos que vivem do seu suor e do seu trabalho, vamos nos unir e lutar para sepultar esse governo, acabar com as injustiças e conquistar nossos direitos e o socialismo.
Vamos companheiro e companheira, vamos lutar. A luta e a união são as saídas para a miséria e a fome acabar!
Manoel Lisboa vive! Viva o socialismo!
Pelo direito à memória, verdade e justiça!
União da Juventude Rebelião (UJR)
Partido Comunista Revolucionário (PCR)
Baixe o PDF do panfleto e distribua na sua cidade: manifesto do PCR / março 2021
Boa explanação da nossa triste realidade atual. Entendo que uma parcela do povo brasileiro é doente mental em votar em bandidos amaldiçoados. Aqui no RJ é um exemplo disso. O que fazer se a maioria vota em candidatos corruptos e sonegadores? A Dilma foi vítima de um golpe de estado e quem se beneficiou foi a direita pilantra que acolheu Michel Temer (vice) fica difícil
É complicado. O povo tem uma boa parcela de doentes mentais. Votam em bandidos sonegadores. A Dilma levou um golpe e entra o maldito Michel Temer. Receita para o atraso