Carlos Machado
Redação São Paulo
INTERNACIONAL – Colombianos vão às ruas nesta quarta-feira (28) contra reforma tributária proposta pelo presidente Iván Duque que pretende aumentar impostos sobre renda dos trabalhadores e serviços públicos. A greve geral foi convocada por centrais sindicais e movimentos populares organizados no Comitê Nacional de Paralisação (Comité Nacional De Paro).
Além de aumentar o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) para 19% sobre serviços básicos como luz, gás e saneamento, o projeto também pretende tornar obrigatória a cobrança de imposto de renda dos trabalhadores que recebem mais de dois salários mínimos, que hoje são isentos da cobrança no país.
Apesar da tentativa do governo de impedir a realização das manifestações de rua no país, o Comité Nacional de Paro decidiu manter a greve geral e convocou os trabalhadores. Milhares atenderam o chamado e realizam piquetes nas principais cidades colombianas.
Em nota, o Comitê declarou: “Ressaltamos que estamos exercendo o direito fundamental de protesto, direito que não está sujeito a permissão ou autorização prévia”.
As manifestações convocadas no dia de hoje chamam os trabalhadores a lutar por “vida, paz, democracia e contra reforma tributária”. As centrais sindicais ainda ressaltam a necessidade de manter a mobilização da classe trabalhadora durante a pandemia, lançando a palavra de ordem “A democracia não está de quarentena! Pare para seguir avançando!”.
Mesmo com a repressão policial, a paralisação avança e já existem mais de 50 pontos de concentração na capital Bogotá. Em cidades como Cali e Medellín também estão acontecendo protestos. Nos municípios de El Cairo, Cajibío e Cauca, comunidades camponesas promovem trancamento de vias. Também foram noticiados atos nas cidades de Bucaramanga, Barranquilla, Villavicencio, Neiva e Cartagena.
Nos últimos anos, a Colômbia tem sido palco de intensos processos de mobilização popular motivados pela política liberal promovida pelo presidente Ivan Duque. Na história recente, os anos de 2019 e 2020 foram marcados por revoltas populares contra a retirada de direitos dos trabalhadores e pelo fim da perseguição a lideranças populares no país. A luta da classe trabalhadora contra as reformas liberais na América Latina avança e o povo latino-americano segue resistindo por sua vida.