Amanda Bispo
Na manhã da última quinta-feira (20), trabalhadores ambulantes com ponto em frente à estação de trem e do terminal rodoviário de ônibus foram removidos pela Guarda Municipal (GCM) por ordem da Prefeitura de Mauá.
Desde então os ambulantes têm realizado uma série de denúncias e lutas pelo seu direito de trabalhar. O Jornal A Verdade conversou com Aline, vendedora de acessórios e chip de celular, moradora da Favela do 22 no Jardim Primavera. A trabalhadora desabafa que “Eu trabalho aqui há 30 anos, desde meus 14. A gente é trabalhador, ninguém aqui está roubando, a gente tem família, tem filhos para sustentar. Nós temos uma licença e pagamos os impostos, apenas queremos trabalhar”.
Um grupo de trabalhadores ambulantes procurou a prefeitura e os vereadores da cidade para que pudessem continuar trabalhando, foram recebidos por alguns deles, mas ainda não possuem uma resposta. Aline conta que “Já estamos há 4 dias sem trabalhar e nesses quatro dias os gastos continuam. Se for preciso eu coloco fogo no meu carrinho ali na estação, eu faço de tudo, mas não fico sem trabalhar.”
Há anos cresce o número de trabalhadores ambulantes no centro de Mauá em busca de uma alternativa para se sustentar, essa situação se intensificou com a pandemia. O desemprego no Brasil hoje chega a mais de 14 milhões de pessoas, 6 milhões de brasileiras e brasileiros já desistiram de procurar um emprego porque não encontram.
É necessário que uma alternativa de trabalho seja dada aos trabalhadores. Vivemos hoje debaixo de uma pandemia, com crescente da fome em Mauá e no país, é inaceitável retirar a fonte de renda desses trabalhadores e trabalhadoras sem que opções de sustento sejam pensadas. Mauá precisa de políticas de qualificação profissional e criação de mecanismos de incentivo à empregabilidade desses e tantos outros moradores que vivem debaixo do desemprego ou em condições de trabalho extremamente precarizadas.