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sexta-feira, 29 de março de 2024

“R$150,00? Isso é dinheiro? Ele passa um mês com R$150,00? Não passa!”

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O desemprego cresce e leis trabalhistas se tornam letras mortas. Confira relatos de trabalhadores de Natal sobre a situação que vivem em meio à crise do capitalismo e ao governo genocida de Bolsonaro.

Redação RN

DESCASO E SOFRIMENTO – Tânia e Alessandro, relatam a situação que passam depois de deixarem de receber auxílio do INSS. (Foto: Julio Lira / A Verdade)

 NATAL – Durante a pandemia o desemprego, a fome e a criminalidade só aumentaram em nosso país. Dessa forma, para mais da metade da população brasileira, a fome é uma realidade. Segundo os dados do Ministério da Saúde, em 2020 há mais de 14 milhões de famílias vivendo em condição de extrema pobreza.

Com efeito dessa tamanha desigualdade, os trabalhadores passam a sofrer ainda mais com a falta da aplicação das leis trabalhistas. A redação do jornal A Verdade, junto com o núcleo da Unidade Popular do bairro Guarapes em Natal (RN), foi até a casa de Tânia Maria, trabalhadora da saúde que teve seu pedido de incapacidade temporária negado no INSS, mesmo após ser diagnosticada com rompimento dos ligamentos de seu braço.

Tânia relatou o acidente e sua situação ao jornal A Verdade:

“Na primeira vez peguei um peso de 5 KG e soltei. Passei três meses em casa pelo INSS, mas acabou. Depois disso, fiquei sem receber nada e meu marido desempregado, tive que voltar a trabalhar. Agora, rompi todos os meus tendões e a previsão de recuperação é mais demorada. Mas meu pedido ainda foi negado!”

Segundo Tânia, com a carestia e sem o auxílio emergencial digno, fica impossível sustentar uma família com três filhos.

“O dinheiro que o presidente deu… R$150,00? Isso é dinheiro? Ele passa um mês com R$150,00? Não passa! Só um gás é R$90,00, imagina sustentar uma família!”

Tânia não é a única nessa situação, no mesmo bairro, Francisca Maria passa pela mesma situação. Cozinheira de um hospital pediátrico, Francisca, após forte dor, descobriu que de tanto pegar peso adquiriu hérnia de disco. 

Francisca chegou a passar três anos na perícia, e acabou sendo aposentada por invalidez. No ano passado, sua aposentadoria foi cortada. Ela vive do aluguel na periferia de Natal.

Segundo o Boletim Estatístico da Previdência Social (BEPS), mais de 4 milhões de pedidos ao INSS foram indeferidos entre janeiro e novembro do ano passado. Atualmente, mais de 1,1 milhão de processos em fase de recurso no INSS estão aguardando julgamento, segundo os dados do Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS).

À procura da justiça para cumprir a lei

Tânia e Francisca procuraram colocar na justiça os absurdos vivenciados por elas, infelizmente as duas ainda não chegaram a receber nada dos auxílios e já se passou o prazo de 30 dias de recorrer ao INSS.

Desemprego na periferia

Não basta o desemprego, o preconceito age ao lado da fome contra o povo pobre. Alessandro Nascimento, esposo de Tânia e pai de três filhos com ela, está desempregado e nos relatou um episódio marcante:

“Numa entrevista de emprego, a entrevistadora perguntou: ‘Você mora onde mesmo?’

Respondi: ‘No Guarapes’

Ela disse: ‘É longe é? Eu na verdade não sei bem onde é esse bairro… darei prioridade a alguém que mora mais perto”

Infelizmente, casos como esses são comuns. Por ser um bairro periférico, muitos temem os moradores e a localidade.

Essa é a absurda realidade vivenciada nas periferias de nossa cidade, exemplificando uma conjuntura do país. O trabalhador – que tudo produz nessa sociedade – nada possui a não ser sua força de trabalho, que vende por um salário de fome ou vive a agonia do desemprego. Está na hora de tomarmos o poder e fazer com que o país seja de quem o faz.

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