UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sábado, 2 de novembro de 2024

Carta • O papel dos núcleos para mudar a vida de todos

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FORMAÇÃO COMUNISTA – O núcleo do militante tem um papel fundamental na formação de comunistas revolucionários no Brasil. (Foto: Jorge Ferreira/Jornal A Verdade)
“Mas quem é o partido? Ele fica sentado em uma casa com telefones? Seus pensamentos são secretos, suas decisões desconhecidas? Quem é ele? Nós somos ele. Você, eu, vocês – nós todos. Ele veste sua roupa, camarada, e pensa com a sua cabeça. Onde moro é a casa dele, e quando você é atacado, ele luta” – Bertolt Brecht.
William Poiato

SÃO PAULO (SP) – Entre as ruas da zona leste e de todo Brasil a Unidade Popular Pelo Socialismo (UP) multiplica seus núcleos, ampliando a luta do povo trabalhador de nosso país. O mesmo caso ocorre com os demais movimentos, como a União da Juventude Rebelião (UJR), o Movimento Luta de Classes (MLC), Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), Movimento de Mulheres Olga Benário.

Cada um com sua característica, os núcleos cumprem papel político importantíssimo em nossa luta diária. São organizadores populares, pontos de educação política e preparadores da prática revolucionária comunista.

Já somos o partido e os movimentos que mais crescem desde antes do início da pandemia, se crescemos é por que cada um e cada uma que se aproxima acredita que pode mudar a sua vida e a vida de seus iguais, são trabalhadores, lutadores prontos para mais uma batalha.

O núcleo é o espaço onde cada um de nós renova nosso compromisso com esta transformação e a constrói, ele possui diversos papéis insubstituíveis e que necessitam de nosso zelo constante.

O Núcleo é nossa panela: neste espaço pensamos como andam as coisas em nosso país, no mundo e em nossas atividades. Assim como o alimento serve para nutrir o corpo, as ações do núcleo alimentam a luta coletiva e prepara transformação de nossas vidas; mas assim como o alimento que precisa passar pela panela, fogo e preparo, nossas ações precisam ser planejadas com o cuidado de todos nós, para usarmos os ingredientes corretos de nossa vitória. O núcleo é um organizador coletivo, sempre que alguém falta às reuniões o fogo fica fraco, a sopa rasa e a luta não se desenvolve como poderia.

O Núcleo é nosso amolador: cada vez que nos encontramos em nossos núcleos entramos na maior sala de aula dos trabalhadores: a luta coletiva! Assim como a boa faca precisa ser amolada de tempos em tempos para se manter certeira, o pensamento precisa ser desafiado para aprendermos mais e melhor.  Muito mais que uma escola, voltada ao Beabá, o núcleo será sua faculdade de como trazer o melhor do mundo para si e para seus iguais, como se disciplinar nos estudos e manter o pensamento afiado. O núcleo é um educador popular, sempre que não lemos o jornal A Verdade, temos preguiça ou pressa diante do estudo conjunto, etc. deixamos a peixeira cega, e o pensamento indefeso e a melhora na vida de todos nós mais distante.

O Núcleo é nosso pandeiro: de nada adianta falar e não fazer, planejar a não sair do papel. Nosso coletivo deve ser assim como um pandeiro na festa, que anima a rapaziada, bota o povo pra sambar, dá ritmo e ânimo. No núcleo, cada um e coletivamente, deve planejar, mobilizar, se criticar, melhorar e fazer novamente, ser o ritmo e animação da luta coletiva, botar o povo em movimento. Sabemos que ninguém nasce sabendo tocar e até sambistas experientes erram, o importante é saber reconhecer o erro e tentar acertar na próxima vez, afinal o núcleo é um mobilizador para prática, portanto quando desmarcamos de última hora, tiramos o corpo fora, estamos sempre indispostos, etc. atrapalhamos a festa do povo, rumo a sua vitória.

O núcleo é nosso arrimo: sem nossa luta coletiva a vida de todos se manterá igual, a miséria, fome, ignorância continuará a reinar e nossos exploradores se manterão ricos e poderosos. Sabemos que para mudar tudo isso precisamos de nosso partido e movimentos, mas assim como o arrimo sustenta o barranco que pode desmoronar, o núcleo sustenta o partido e o mantém de pé, firme e forte. O arrimo não pode trincar ou se esmorecer, senão põe tudo abaixo, assim como o núcleo tem de se manter forte e sustentar seu partido e movimento, inclusive materialmente. O núcleo é um sustentador dos instrumentos de luta, ou seja, quando atrasamos nossa contribuição, não fazemos as campanhas de finanças, etc. enfraquecemos nossos instrumentos e com isso nossa própria luta.

O núcleo é nosso megafone: aqueles que estão no poder possuem os grandes rádios, televisões, jornais e revistas, estão até mesmo dentro das igrejas, induzem as letras das músicas e são eles os donos das que decidem qual livro publicar. Para levar nossas ideias mais longe, e convencer nossos iguais que mudar não é só necessário, como possível precisamos saber que o núcleo é nosso megafone. Ampliando a voz coletiva e individual de cada um ajuda a fazer com que ouçam nossa voz bem alto, de forma clara e objetiva. Um coletivo organizado espalha nossas ideias aos quatro ventos das formas mais simples e criativas possíveis. O núcleo é um agitador comunista, em coletivo podemos mais que individualmente, convencer em centenas é mais fácil que convencer sozinho, por isso, quando não participamos, ou pior, desmarcamos as brigadas do jornal A Verdade, as tribunas populares, atos públicos, etc. deixamos nossas ideias entre nós mesmos, e tornamos a revolução em algo muito mais difícil.

Devemos ter em mente que sozinhos seremos incapazes de solucionar nossos problemas, que estes só serão combatidos quando estivermos em coletivo e com a ajuda fundamental de nossos núcleos, para tal cada um de nós tem de ajudar o núcleo a ser “panela, amolador, pandeiro, arrimo, megafone…”, sem a sua ação, pontualidade, vontade, disposição e inteligência seremos capazes de fazer menos e pouco. Você, seu amigo, vizinho, colega de faculdade ou trabalho, filho parente, cada um de vocês e todos nós juntos podemos mudar as coisas, e vamos lutar muito para isso, mas precisamos de sua ação e seu comprometimento para se organizar no núcleo e fazer a diferença!

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